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Neste dia será apresentada a prestação de contas do exercício do ano de 2018

O Sindicato dos Empregados em Edifícios de Florianópolis – SEEF convocou Assembleia Geral Ordinária no dia 27 de junho, próxima quinta-feira, às 19h em primeira convocação e às 19h30 com qualquer número de presentes, no auditório da FECESC (mesmo prédio da sede do Sindicato). A assembleia cumpre exigência legal e de transparência das informações do Sindicato e todos os associados e as associadas são chamados/as a participar. O edital será publicado em jornal de circulação na sexta-feira.
PARTICIPE E FAÇA SEU SINDICATO MAIS FORTE!
A direção eleita do Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios (SEEF) tomou posse na noite do dia 6 de junho, assumindo a responsabilidade de conduzir a entidade nos próximos quatro anos. A mesa oficial do evento foi composta pela presidenta da CUT-SC Anna Julia Rodrigues, pelo presidente da FECESC Francisco Alano, pelo supervisor técnico do DIEESE José Álvaro Cardoso e pelo diretor do Sindicato dos Comerciários de Florianópolis Adriano Jeremias, que representou a Comissão Eleitoral. O presidente reeleito do SEEF, Rogério Manoel Corrêa também compôs a mesa.

Após cada diretor eleito assinar a ata de posse e o Termo de Compromisso, o grupo leu, conjuntamente, o Termo, se comprometendo, entre outros, a "Defender os trabalhadores na luta por seus direitos. Defender a democracia e assegurar a liberdade de expressão, combinada com a unidade de ação. Defender a unidade da classe trabalhadora como pilares básicos na sustentação de suas lutas e conquistas."

Em seguida os componentes da mesa fizeram uso da palavra para reafirmarem o momento crucial em que os trabalhadores da categoria assumem a direção do Sindicato. O diretor Adriano Jeremias lembrou dos ataques sofridos pelas organizações sindicais e a necessidade de buscar saídas urgentes para os trabalhadores sustentarem suas entidades. O supervisor técnico do DIEESE ressaltou as medidas absurdas do governo federal que destrói os direitos dos trabalhadores e dos brasileiros mais pobres.

A presidenta da CUT-SC Anna Julia reafirmou a fala dos colegas e também lembrou da grande atuação do SEEF, em sua história, como participantes ativos na defesa da sua categoria e também na luta mais geral da classe trabalhadora. Francisco Alano, presidente da FECESC, em sua fala observou a grande diferença entre a situação em que a diretoria anterior do SEEF tomou posse e esta de hoje: "Há quatro anos nós ressaltávamos aqui a grande necessidade de ampliarmos nossa atuação para avançar nas conquistas; hoje precisamos encontrar saídas para a sobrevivência dos sindicatos e dos trabalhadores", afirmou.

Na última fala da noite, o presidente reempossado do SEEF Rogério Manoel Corrêa convidou os companheiros e companheiras eleitos/as a encarar a luta e estar sempre atuando junto da categoria, buscando melhores condições de trabalho e salários e também atuar na luta geral. Por fim, convidou a todos/as para as atividades de mobilização e para participar da Greve Geral chamada pelas Centrais Sindicais e movimento social no dia 14 de junho.
  • João da Silva foi fotografado em ato pela educação, no Rio, com um cartaz que mostrava a realidade de muitos jovens da periferia: foi o primeiro da família a ingressar em uma universidade pública



João da Silva se pôs de pé às 5h, quando o sol ainda nem havia surgido por trás do Monte das Oliveiras —um morro anônimo apelidado assim por Francisca, sua avó, e que fica colado ao condomínio popular em que vivem. Seguiu a rotina: banho, cabelo na régua, visual na beca, pausa para a selfie no espelho do banheiro, preparo da marmita e a benção da matriarca antes de iniciar o rolê. No bairro de Senador Vasconcelos, zona Oeste do Rio de Janeiro, pegou um 397, ônibus que leva cerca de duas horas em direção ao centro da cidade. João trabalha de segunda a sábado como atendente de telemarketing, até as 15h. Em dias úteis, seu próximo destino estaria no outro lado da Baía de Guanabara, na cidade de Niterói, na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde cursa a graduação de história. As aulas vão até as 22h e o universitário raramente volta à casa da avó antes da 0h. Mas era quarta-feira, 15 de maio de 2019, e neste dia a faculdade aderira à greve contra a redução do Orçamento da educaçãoanunciada pelo MEC. Ao lado de uma amiga, o jovem de 20 anos escreveu um cartaz de protesto e foi à manifestação, onde esbarrou com esta jornalista, que o fotografou.

A imagem do rapaz, olhar firme, mensagem em riste —"Sou o primeiro da minha família a entrar numa universidade pública e vou lutar para não ser o último"—, foi publicada nas redes sociais, curtida e compartilhada centenas de milhares de vezes, gerando uma onda de depoimentos com trajetórias semelhantes a dele. "Esta foto me representa tanto, me fez vir às lágrimas, ao lembrar que a minha mãe ao chegar da roça exaurida dizia que a única coisa que ela poderia deixar era o estudo, e que era pra eu estudar, porque o peso da caneta era menor do que o da enxada", escreveu o usuário Delton Felipe no Facebook. "Eu fui a primeira da minha família a ter o direito de estudar até o final. Meus pais, avós, não tiveram essa oportunidade, em um tempo que precisaram largar os estudos para trabalhar e que o vestibular era algo quase impossível de se transpor", disse Ruth Tamires na mesma rede social.

Como João, preto, pobre e primeiro membro da família Silva a entrar na universidade, há muitos. Os dados mais recentes do Censo do Ensino Superior, elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2016/2017, exibem o crescimento de matriculados na educação superior no Brasil: de 2002 a 2017, o número de alunos passou de 3,5 para mais de 8 milhões. Seis em cada dez instituições de ensino superior (1.481 das 2.448) utilizam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como ferramenta de seleção para os cursos de graduação. O exame unificado, que completou 20 anos em 2018, detém o posto de segundo maior vestibular público do mundo (o primeiro é o Gaoka, na China) e é apontado por especialistas como um dos motores da democratização da educação superior no Brasil.


O peso do sonho de gerações

O Enem também foi a porta de entrada de João, que passou para a graduação de história, na UFF, em sua primeira experiência com o exame, aos 17 anos. Ele estudou por cursos online na casa de uma amiga, pois não tinha internet onde mora, e sob o peso de realizar um sonho que era de uma família inteira. "Quando ele foi fazer o Enem, me ligou falando: 'Vovó, eu acho que eu não vou passar. Se eu não fizer faculdade, a senhora fica triste?' Eu disse que sim, ia ficar muito triste. E ele me deu essa alegria, passou com boas notas", conta Francisca Gomes, 75 anos.

Francisca é a chefe de uma família que é o retrato de um Brasil. Nascida no Recife, Pernambuco, onde deu à luz suas cinco filhas, veio morar no Rio de Janeiro em 1995 apostando que, na cidade, suas meninas poderiam ter um futuro melhor do que o seu. E quem sabe até ingressar numa universidade. Viúva, a vendedora de cosméticos criou sozinha as cinco mulheres, entre elas Wanderlucia da Silva, mãe de João. Elas moraram de aluguel por dez anos em Guadalupe, Zona Norte do Rio. Em 2005, se mudaram para o condomínio da Senador Vasconcelos, em casa própria que adquiriram através de um financiamento incentivado por um programa de habitação federal (à época chamado PAR, anterior ao Minha Casa, Minha Vida).

Nenhuma das filhas de Francisca conseguiu o diploma, 24 anos depois. Tateando numa cidade nova e desafiadora, as moças tiveram que dedicar todo tempo ao trabalho, para ajudar a mãe. Foi trabalhando como recepcionista num hotel da Rua do Lavradio, no Centro, que Wanderlucia conheceu o pai de João, e engravidou. "Ele olhou o teste de gravidez e disse: 'Mais um problema'. Eu respondi: 'Meu filho não será um problema, ao contrário'. Eu não tive uma criação de diálogo, mas com João sempre conversei: 'Não quero que tenha a vida que eu tenho agora. Filho, eu não cheguei a fazer faculdade, mas eu acredito em você. Foca no seu estudo. Porque a sociedade não perdoa'. Nós somos de família nordestina, pobre, negra... Não dá pra ficar sem estudo aqui. A sociedade exige que gente como nós apresente a ela a nossa capacidade para conseguir adquirir respeito", relata Wanderlucia.

Mãe solteira, ela teve que deixar o filho com a avó, Francisca, durante toda a primeira infância dele, enquanto trabalhava. Foi neste período que João adoeceu, ficou um mês internado e quase morreu de meningite bacteriana. Com seis anos, ele foi morar com a mãe e o seu novo companheiro em Santa Cruz, na Zona Oeste. De lá, só saiu após entrar na faculdade, para a casa da avó, diminuindo em 30 minutos a distância do centro. João fez todo o ensino fundamental nas escolas municipais Luís Caetano de Oliveira (Amarelinho) e Eduardo Rabelo, em Santa Cruz. A mãe se esforçou para pagar um colégio particular para ele por alguns anos. Desempregada e atuando como ambulante, logo teve que procurar uma vaga para o menino no ensino público. O ensino médio João cursou com ensino técnico (em telecomunicações) no colégio estadual Hebe Camargo, em Pedra de Guaratiba. Para conseguir a vaga, estudou em lanhouses, montou grupos de leitura com os amigos e contou com a ajuda de alguns professores, em aulas gratuitas de preparação para as provas. No pré-vestibular, também organizou seu tempo entre materiais encontrados na internet e a troca com amigos. Relembrando sua história, João se considera em "lugar de privilégio".

"Mesmo estando na escola das 7h às 17h, eu tinha tempo para estudar quando chegava em casa. Mas e o jovem que tem que trabalhar, antes mesmo de se formar no ensino médio, porque precisa contribuir financeiramente em casa? E as pessoas mais velhas, que precisam sustentar a família? O ingresso na universidade é ainda extremamente desigual", questiona João, que também recebe o suporte das tias, redimidas hoje pela conquista do rapaz.

"Queremos muito vê-lo vencedor, porque a gente ainda carrega o insucesso, a frustração, de não termos conseguido cursar universidade. Viemos para o Rio com intenção de evoluir, mas tivemos que escolher: ou trabalha ou estuda. Por isso, a gente dá todo apoio e retaguarda a ele", emociona-se Wanderlene da Silva, 49 anos, que é pastora evangélica. A tia de João ainda sonha em ter um diploma, mas, trabalhando como assistente administrativa em Saquarema, cidade na Região dos Lagos, não tem condições de pagar uma universidade, nem tempo de se preparar para a concorrência acentuada do ensino superior público.

Para além da questão do acesso, a manutenção do estudante numa universidade ainda é um desafio na efetivação da democratização do ensino superior. Isso porque, dos mais de 8 milhões de alunos matriculados, de acordo com o Censo do Ensino Superior, apenas 24,68% (pouco mais de 2 milhões) estudam em universidades públicas. Os outros 75,31% (6.241.307 milhões) estão em universidades privadas. O mesmo indício surge no perfil das instituições: das 2.448 contabilizadas hoje, 296 são públicas e 2.152, privadas. Segundo o Censo, apenas 37,2% dos ingressantes da universidade pegam o diploma, sendo 251.793 no setor público e 947.976 no privado. A maior parte deles abandona o curso no meio, provavelmente, por falta de condições financeiras. Mesmo matriculados em universidades públicas, alunos como João só conseguem se manter em sala com incentivos financeiros. Pela UFF, o estudante recebeu, durante um período, uma Bolsa de Acolhimento, destinada a alunos que apresentam situação de vulnerabilidade socioeconômica. Hoje, ele mantém transporte e alimentação com o salário recebido no trabalho.

O retrato em preto e branco de João na manifestação trouxe também à tona a perspectiva de inclusão racial nas universidades. Os números mostram que, nas últimas décadas, a chance de ter um diploma de graduação aumentou em quase quatro vezes para a população negra. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois de mais de 15 anos desde o início da inserção das cotas, o percentual de pretos e pardos que concluíram a graduação cresceu de 2,2%, em 2000, para 9,3% em 2017. O Censo do Ensino Superior, do Inep, mostra que, em 2011, 11% das matrículas em cursos de graduação eram de alunos pretos ou pardos. Em 2016, o percentual subiu para 30%.

No último domingo, enquanto a família de João recebia a reportagem do EL PAÍS em casa, atos favoráveis às ações do Governo Bolsonaro e à reforma da Previdência aconteciam por todo o país. No Rio, a reunião de manifestantes pró-bolsonaro aconteceu na praia de Copacabana. Também na orla da zona Sul do Rio, na praia de Ipanema, um outro protesto bem menor mobilizou cariocas contra as políticas públicas de intervenção e ocupação policial em áreas residenciais. "Parem de nos Matar", era o lema do protesto contra o assassinato de negros na cidade.

João celebra a oportunidade de ser modelo para futuras gerações: "Ser notícia é importante para reivindicar que a gente precisa existir, que a gente precisa viver. Mas também acalentar o coração de nós, pessoas pretas, de que tem uma galera que está buscando não só se manter vivo, mas melhorar a nossa existência. Quando uma criança negra vê que alguém com cabelo na régua, que veio da favela, que fala e anda do mesmo jeito que ele entrou numa universidade, você está mostrando pra essa criança que ele também pode e deve entrar lá".


Fonte: El Pais Brasil | Escrito por: Beatriz Mota | Foto: Beatriz Mota

 Medidas da gestão Bolsonaro diminuíram chances de ampliar a proteção social para mães trabalhadoras


 O artigo 201 da Constituição Federal, que organiza o sistema previdenciário brasileiro, garante a "proteção à maternidade, especialmente à gestante". No entanto, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 06/19 do governo Jair Bolsonaro (PSL), que altera o modelo de Previdência Social, exclui do seu texto essa proteção especial às gestantes.

"A proposta do governo Bolsonaro de tirar da Constituição as garantias da mulher, especialmente as gestantes, é uma maldade sem tamanho. As mulheres já têm toda a dificuldade de se aposentar, elas têm salários menores e quando voltam da licença-maternidade grande parte delas são demitidas", disse Jesus Souza, consultor previdenciário.

A previsão de cortes de direitos das mulheres também está na Medida Provisória (MP) 871, criada para, segundo o governo, combater irregularidades nos benefícios previdenciários. Na MP, o prazo para pedir o salário-maternidade foi reduzido de até 5 anos (60 meses) para seis meses após o nascimento da criança.

Em conjunto as duas medidas do governo reforçam as desigualdades de gênero no mercado de trabalho. Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 48% das mulheres perdem o emprego em até 12 meses após a volta da licença-maternidade.

O portal Trocando Fraldas fez uma pesquisa de opinião, entre os dias 13 e 17 de maio, com 10 mil internautas de todo o país. O resultado revelou que 85% das pessoas não sabiam da alteração que tira a proteção à gestante da Constituição. Por outro lado, 87% dos internautas são contra a retirada dos direitos.


INSS

As medidas podem prejudicar ainda mais a situação das mulheres, que já enfrentam dificuldades para conseguir seus direitos. De acordo com Amélia Naomi, vereadora pelo PT em São José dos Campos (SP), a espera pela concessão dos benefícios é muito grande nos postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

"Os filhos chegam a completar cinco meses e as mães não conseguem receber nada do salário-maternidade. Isso faz parte de uma política de sucateamento", disse a vereadora.

A denúncia foi feita durante a audiência pública sobre o impacto da reforma da Previdência para as mulheres, organizada pelo deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), da subcomissão da Câmara que avalia a reforma da Previdência. A audiência aconteceu na última segunda-feira (27), em São Paulo.

O Brasil de Fato entrou em contato com a secretaria de Previdência Social questionando as medidas do governo, porém o órgão, que é subordinado ao ministério da Fazenda, não respondeu até a publicação da matéria.

No dia 31 de maio, a partir das 16h30, acontece uma aula-pública para explicar os riscos da reforma da Previdência para os trabalhadores. A aula será na praça da República, região central da capital paulista. O prazo para votação da MP 871 termina do dia 3 de junho.


Direitos em jogo

Um dos aspectos mais polêmicos da reforma trabalhista aprovada durante o governo Michel Temer (MDB) diz respeito às condições de trabalho de gestantes e lactantes. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar nesta quarta-feira (29) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5938, que questiona a possibilidade de elas desempenharem atividades insalubres.

A reforma admite que trabalhadoras gestantes exerçam atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, e que lactantes desempenhem atividades insalubres em qualquer grau, exceto quando apresentarem atestado de saúde emitido por médico de confiança da mulher que recomende o afastamento durante a gestação e a lactação.

Esse trecho foi suspenso pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes, e a Corte deve apresentar uma posição definitiva sobre o tema a partir da ADI, de autoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).


Fonte: Brasil de Fato | Escrito por: Juca Guimarães | Edição: Aline Carrijo | Foto: Agência Brasil
 Entidades como a UNE e a UBES convocaram nova mobilização para 30 de maio e esperam reverter os cortes de Bolsonaro

 Após a grande adesão à mobilização nacional conhecida como 15M, em defesa da educação e contra os cortes nas universidades, entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) decidiram convocar mais um dia de luta, desta vez no dia 30 de maio, quinta-feira. Até o momento, as manifestações foram confirmadas em 24 capitais e 45 municípios no interior e no litoral.

Segundo cálculos da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), cerca de um milhão de estudantes, professores, e defensores da educação pública foram às ruas de 222 cidades brasileiras no dia 15 deste mês, em protesto contra os cortes promovidos pelo governo federal na pasta.

A pressão surtiu efeito e no dia 22, o governo anunciou que usaria parte da reserva orçamentária para diminuir o tamanho dos cortes da educação. Com o recuo, os R$ 5,8 bi que seriam cortados foram reduzidos para R$ 4,25 bi.

A mobilização engajou os descontentes com Bolsonaro, que já em início de mandato acumula escândalos, recuos e medidas impopulares. Segundo pesquisa Ipesp/XP divulgada nesta sexta (24), 36% dos entrevistados avaliam o governo como ruim ou péssimo.
 
 
Confira abaixo a agenda de atos nas capitais:
 
 
ARACAJU (SE)
Local: Praça General Valadão
Horário: 15h

BELÉM (PA)
Local: Praça da República
Horário: 16h

BELO HORIZONTE (MG)
Local: Praça da Estação - Avenida dos Andradas
Horário: 09h

BRASÍLIA (DF)
Local: Museu Nacional
Horário: 10h

CAMPO GRANDE (MS)
Local: Praça Ary Coelho
Horário: 15h

CURITIBA (PR)
Local: Praça Santos Andrade
Horário: 18h

CUIABÁ (MT)
Local: Praça Alencastro
Horário: 14h

FLORIANÓPOLIS (SC)
Local: Praça XV de Novembro
Horário: 15h

FORTALEZA (CE)
Local: Praça da Gentilândia
Horário: 14h

GOIÂNIA (GO)
Local: Praça Universitária
Horário: 15h

MACAPÁ (AP)
Local: Praça da Bandeira
Horário: 16h

MACEIÓ (AL)
Local: Praça do Centenário
Horário: 13h

MANAUS (AM)
Local: Praça da Saudade
Horário: 15h

NATAL (RN)
Local: Shopping Midway
Horário: 15h

PORTO ALEGRE (RS)
Local: Esquina Democrática - Borges de Medeiros X Rua dos Andradas
Horário: 18h

PORTO VELHO (RO)
Local: UNIR Centro
Horário: 16h

RECIFE (PE)
Local: Rua Aurora
Horário: 15h

RIO DE JANEIRO (RJ)
Local: Candelária
Horário: 15h

JOÃO PESSOA (PB)
Local: CCHLA/UFPB
Horário: 15h

SALVADOR (BA)
Local: Praça do Campo Grande
Horário: 10h

SÃO LUIS (MA)
Local: Praça Deodoro
Horário: 15h

SÃO PAULO (SP)
Local: Largo da Batata
Horário: 16h

TERESINA (PI)
Local: Em frente ao INSS
Horário: 8h

VITÓRIA (ES)
Local: Teatro da UFES
Horário: 16h30

Fonte: Brasil de Fato | Escrito por: Marcos Hermanson | Edição: Pedro Ribeiro Nogueira | Foto: Nelson Almeida | AFP
Um deles explica: "Dou entrevista para você, sim, parça. Ainda está suave, porque o bagulho aqui só estrala às 7 horas da noite. Então, nessa hora, começa a pingar pedidos e eu não paro mais".


O grande relógio no Conjunto Nacional, no alto da avenida Paulista, mostra que faltam 36 minutos para esse ponto de inflexão diário para os aplicativos de entrega em São Paulo.

Em outras palavras: o horário em que milhares de pessoas chegam em casa, olham a geladeira, desistem de cozinhar e resolvem pedir comida por alguma das plataformas disponíveis.

Os entregadores aguardam esse momento do rush sentados em calçadas próximas a shopping centers, restaurantes ou supermercados. Então, por volta das 19h, começam a pipocar os pedidos nos celulares: os jovens pegam as mochilas, as bicicletas ou motos e partem para a correria da noite.

Durante uma semana, a BBC News Brasil conversou com dezenas de trabalhadores do setor em três pontos de concentração deles na cidade: avenida Paulista e os bairros de Pinheiros e Higienópolis - locais com grande oferta de comércio.

Os entregadores, no entanto, não moram nesses bairros. Vivem principalmente na periferia ou em cidades da Grande São Paulo. Para chegar ao trabalho, percorrem até 30 km - às vezes, pedalando.

Em um momento de crise econômica e alta do desemprego, os aplicativos de serviços como Uber, iFood, 99 e Rappi atraem desempregados e pessoas que têm dificuldades para se inserir no mercado de trabalho com a perspectiva de obter alguma renda.

No mês passado, um estudo do Instituto Locomotiva, publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo, apontou que quatro milhões de pessoas trabalham para essas plataformas no Brasil hoje - 17 mihões usam os serviços regularmente.

O aplicativo colombiano Rappi, por exemplo, começou a operar no país em julho do ano passado e hoje vê seu número de entregas aumentar 30% ao mês.

Por outro lado, o crescimento do negócio vem acompanhado de críticas. Especialistas afirmam que as empresas ajudam a precarizar o trabalho, pois elas não costumam seguir as leis trabalhistas. Seus colaboradores fazem jornadas de trabalho muito mais longas que as oito horas previstas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), por exemplo.


'As vantagens de ser motoboy'


Nas ruas de São Paulo, existem duas categorias de entregadores de aplicativos: os motoqueiros e os ciclistas. Elas concorrem entre si.

Quem tem uma moto recebe mais pedidos, trabalha de uma forma menos exaustiva e, principalmente, consegue ter uma renda maior - às vezes, recebe até o dobro do ciclista. Os motoboys que fazem jornadas de 12 horas diárias, por exemplo, ganham cerca de R$ 4 mil mensais, em média.

É o caso de Rodrigo Versutti, 41, que conseguiu aumentar seus vencimentos migrando do serviço de motoboy tradicional - que entrega documentos, principalmente - para o delivery de comida.

Hoje, ele ganha mais, sem dúvida, mas precisou abrir mão dos direitos trabalhistas da CLT, como seguro-desemprego, fundo de garantia e férias remuneradas. "Trabalho há 20 anos como motoboy e nunca tive uma renda como agora", explica.

Ex-pintor de paredes, Antônio Francisco Alves, de 41 anos, tem trajetória parecida: ganha quase o dobro do que recebia no trabalho anterior. Na crise, a falta de serviços regulares o empurrou para os aplicativos. "Parado eu não iria ficar. Eu tinha uma moto, mas nunca tinha trabalhado com ela", diz.

Todos os dias ele se posiciona na calçada em frente a um shopping em Higienópolis, bairro de classe média alta de São Paulo. Trabalha das 11h às 23h. Por que tanto tempo?

Porque plataforma iFood incentiva a permanência dos entregadores no local por meio de bônus financeiros. Se um motoboy ficar 12 horas por ali, ganha R$ 190 pelo período, além do dinheiro das entregas.

Pode parecer vantajoso, a princípio, mas não há garantias de que o esquema vá continuar por muito tempo. Aplicativos de serviços costumam dar prêmios para aumentar o número de colaboradores ou para suprir a demanda de uma área com pouca cobertura. Depois, aos poucos, as bonificações diminuem ou até desaparecem.

Nesse caso, o entregador pode perder o bônus diário caso fique offline, recuse alguma corrida ou se distancie do ponto sem nenhum pedido nas mãos - ou seja, ele precisa ficar imóvel e aceitar todas as corridas, independentemente de horário ou distância.


'O paradoxo dos ciclistas'


Já o entregador que usa bicicleta, por sua vez, vive uma espécie de paradoxo: por mais que a tecnologia faça a roda do delivery girar, o trabalho dele depende essencialmente da força física. Quanto mais ele pedalar, quanto mais quilômetros percorrer pela cidade, maior será sua remuneração.

Por isso, os ciclistas ouvidos pela reportagem relataram fazer jornadas de mais de 12 horas diárias, trabalhar muitas vezes sem folgas e até dormir na rua para emendar um horário de pico no outro, sem voltar para casa.

Em média, eles conseguem uma renda mensal de R$ 2 mil, segundo relatos. As empresas não revelam dados sobre o perfil de seus colaboradores, mas, em uma semana de conversas, a reportagem constatou que grande parte pertence às classes mais baixas, mora em bairros periféricos e tem dificuldade para conseguir empregos no mercado formal.

Um deles é Carlos Henrique Lima, de 18 anos, de Cotia, cidade da Grande São Paulo. Todos os dias, ele pedala os 30 km que separam sua casa do bairro de Pinheiros. "Isso é só na ida, parça", afirma. Contando ida, volta e entregas, ele percorre por volta de 80 km diários, diz.

Sai de casa às 9h, pedalando pela rodovia Raposo Tavares até chegar à capital, às 10h30. Como a maioria, ele não usa - e as empresas não fornecem - equipamentos de segurança, como capacetes.

Depois, Carlos participa de um programa do iFood conhecido como "OL" - os entregadores chamam de "onda". Das 11h às 13h, ele trabalha para apenas um restaurante. Ganha R$ 20 por esse período e mais R$ 1,50 por refeição entregue. Também recebe uma marmita para almoçar.

A "onda" é uma espécie de bônus que também serve para atrair os entregadores. Quando ela começou, há alguns meses, era mais vantajosa financeiramente, pois pagava R$ 40 por período de duas horas. Mas o valor foi caindo ao longo do tempo, o que fez alguns desistirem do modelo.

Depois da "onda", Carlos vai até um posto do iFood no mesmo bairro. No local, a empresa disponibiliza café, água, banheiro e pufes. Dezenas de entregadores passam a tarde ali, momento em que os pedidos diminuem bastante.

Eles dormem em pufes ou no chão, jogam pebolim e carregam os celulares para o rush da noite. "Essa é a hora do descanso", explica Carlos.

A jornada do rapaz, porém, vai até as 23h, quando ele retorna para Cotia de bicicleta.

Ao seu lado está Thales Coelho, 20, de Cajamar, também na Grande São Paulo. O jovem prefere chegar à capital de trem. No entanto, para trabalhar, aluga uma bicicleta do serviço de empréstimo do banco Itaú - são R$ 20 por mês. Mas, a cada uma hora de uso, Thales precisa trocar a unidade ou renová-la.

Ele começou nos aplicativos depois de perder o emprego de operador de telemarketing, há alguns meses. "A empresa faliu e eu não queria ficar em casa parado", diz. Ele afirma ganhar cerca de R$ 300 por semana.


'Uberização'


Pesquisa realizada pela Fundação Instituto Administração (FIA) e divulgada pela Associação Brasileira Online to Offline (ABO2O) aponta que a idade média do entregador é de 29 anos - os números contemplam motoboys e ciclistas. A maioria (97,4%) é homem; 73% têm apenas o ensino médio completo, e 11,7% já concluíram ensino superior ou pós-graduação.

Durante as conversas com a reportagem, muitos deles usaram o mesmo argumento para explicar por que atuam no setor: "O trabalho é a gente que faz".

Para eles, os aplicativos de entrega oferecem certa liberdade que não teriam em uma função mais formal. Ou seja, você escolhe seu horário, trabalha o quanto quiser, pode ir embora a qualquer hora e, para ganhar mais, basta se esforçar mais, segundo eles.

"Coloquei na minha cabeça que a crise é você quem faz", diz Carlos, que também é grafiteiro e sonha em se mudar para o Chile. "Um celular já te arruma um emprego. Se você se dedicar, consegue ganhar R$ 1 mil em um dia. Vai do seu esforço."

Esse discurso de "autogerenciamento" do trabalho é parecido com o adotado pelas plataformas.

A Uber respondeu aos questionamentos da BBC News Brasil com a seguinte nota: "O Uber Eats é uma empresa que oferece oportunidades a profissionais autônomos que podem se beneficiar da tecnologia para gerar renda extra ao toque de um botão. Os entregadores parceiros são autônomos, escolhem como e quando utilizarão o aplicativo como geração de renda".

A Rappi afirmou: "Estes, profissionais autônomos, atuam por conta própria, portanto, podem se conectar e desconectar do aplicativo quando desejarem. A flexibilidade permite que esses profissionais usem a plataforma da maneira que quiserem e de acordo com suas necessidades. Não há relação de subordinação, exclusividade ou cumprimento de cargas horárias".

Já o iFood afirma que "está testando estruturas com espaço para descanso, recarrega de celular e banheiros". Também diz que "outras ações incluem campanhas que estimulam boas práticas entre os parceiros de entrega por meio de vídeos educativos".

Por outro lado, apesar de geração de renda, esse modelo de trabalho tem sido criticado por especialistas. Há quem chame o fenômeno de "uberização", em referência à visibilidade que o aplicativo de transporte Uber ganhou nos últimos anos.

Inicialmente, a plataforma foi criticada por se recusar a seguir qualquer regulação estatal e por não estabelecer vínculos empregatícios com seus colaboradores. Porém, a empresa sempre alegou que sua tecnologia apenas facilita a interação entre quem precisa do serviço e quem o oferece.

Para a pós-doutoranda Ludmila Costhek Abilio, pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp, a chamada "uberização" é uma tendência no mercado de trabalho. "Esse processo é de informalização, que vem tirando as garantias e proteções. Agora, é o trabalhador quem entra com os meios de produção, além de arcar com os custos e com os riscos da atividade", explica.

"Supostamente, a pessoa trabalha onde e quando quer, mas a verdade é que ela está trabalhando cada vez mais. O que estamos estudando é como esses trabalhadores estão subordinados aos algoritimos, às regras de cobrança, às comissões e às metas de produtividade. Não me parece que as escolhas sejam tão amplas assim", diz Costhek Abilio.

Em outras palavras, o motoboy André dos Santos, 30, concorda com essa visão: "Quem tem disposição realmente consegue ganhar dinheiro. Mas tudo o que acontece depende de você: se cair e se machucar, você está sozinho; se chover e não trabalhar, não ganha nada. Se morrer, ninguém vai pagar o seguro para sua família, ninguém vai ligar para sua mulher", diz.


'Ida e volta para a quebrada'


Para os entregadores, os dias de chuva e os finais de semana são os mais lucrativos, pois o número de pedidos e o valor do frete aumentam. Um domingo, por exemplo, pode render até R$ 200 em entregas. "O povo não gosta de cozinhar nem sair de casa nesses dias", explica Welquer Vicente, de 27 anos.

Ele mora no Jabaquara, na zona sul, e trabalha na região da Paulista. Conta já ter virado a noite de sábado fazendo entregas, emendando a jornada noturna ao domingo seguinte, sem voltar para casa. "Tenho pensão de um filho para pagar", diz.

Seu colega, Gabriel Di Pieri, 18, conta não ter visto muito a família nos últimos meses. "Chego em casa, tomo um banho e durmo. Não vejo ninguém", diz. Ele tem juntado o dinheiro das entregas para pagar a faculdade de gastronomia que sonha fazer.

Em Pinheiros, Gabriel de Jesus, 22, diz já ter virado o fim de semana trabalhando, também. "Sábado à noite a gente dorme na praça Victor Civita. Não vale a pena voltar para casa e depois vir para cá de novo, de manhã", diz. Seu amigo, Robert dos Santos, completa: "A gente reveza: um dorme no banco e outro fica acordado para proteger dos roubos".

Robert mora no Campo Limpo, também na zona sul paulistana. Todas as manhãs, ele percorre 15 km até Pinheiros, de bicicleta. "Isso é só a ida, parça. Depois, trabalho o dia todo, até meia-noite", diz.

Ele pensa em seguir no setor: quer comprar uma moto para ascender na escala dos aplicativos. "Agora que já tenho as manhas do trabalho, que já conheço as ruas, só me falta um motor."


Fonte: BBC News Brasil | Escrito por: Leandro Machado | Foto: Lincon Zarbietti
 Tarifas bancárias, preço da energia elétrica, gás, gasolina e diesel, além do serviço postal podem subir se o Plano de Demissão Voluntária (PDV), anunciado pelo governo, for implementado, alertam trabalhadores


 Em sua estratégia de enfraquecer a atuação das estatais e piorar a qualidade do atendimento ao consumidor para atrair a simpatia da população para a privatização, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) anunciou mais um Plano de Demissão Voluntária (PDV), em sete empresas públicas. O governo espera a adesão de 21 mil funcionários e uma "economia" de R$ 2,3 bilhões.

Na Infraero, o objetivo é desligar cerca de 600 funcionários, na Petrobras, 4.300, nos Correios é de 7.300 empregados. Na Embrapa, a meta é o desligamento de 3.000. Os nomes das outras três estatais onde haverá cortes não foram informados pelo governo.

Na avaliação dos representantes dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, Eletrobras, Petrobras e bancos, o PDV vai aumentar as falhas no atendimento e na quantidade de acidentes ao mesmo tempo em que vai reduzir custos e sucatear as estatais para privatizar. E para completar vai encarecer o valor das tarifas bancárias e os preços da energia elétrica, do gás, da gasolina e do diesel e do serviço postal, além de contribuir para aumentar o número de desempregados, que vem batendo recordes no país, além de entregar as empresas estratégicas ao mercado financeiro, colocando em risco a soberania nacional.

O diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro e funcionário de Furnas, Felipe Araújo, critica a lógica do governo Bolsonaro em priorizar o acionista e não o papel social que o sistema Eletrobras tem no país: o de levar energia elétrica a um preço justo que a população possa pagar.

"A lógica da supremacia do acionista sobre bem estar social interessa apenas ao mercado financeiro. O acionista quer o dinheiro no final do ano. A Eletrobras nasceu com uma posição estratégica, de soberania nacional para gerar um resultado positivo para a sociedade brasileira a longo prazo e não para dar lucros a curto prazo", ressalta o dirigente.


  • "Pode aumentar o risco de falhas no sistema e de apagões de energia. O quadro de funcionários já está no limite, e com menos gente se faz mais horas extras. Há aumentos de turnos e os trabalhadores têm de ficar de sobreaviso em casa, mesmo de folga, sem poder, sequer, passear com sua família. Isto aumenta o stress e os riscos de acidentes"- Felipe Araújo
 

A mesma estratégia de desacreditar junto à população a capacidade da empresa e de seus trabalhadores vem sendo feita na Petrobras. De 2014 a 2016 aderiram a planos de demissão 20 mil funcionários e a estimativa para o próximo é de 12 mil, o que reduziria a capacidade operacional da empresa em mais de 30 mil pessoas. Isto representa quase 50% do quadro de 80 mil funcionários que a Petrobras tinha em 2012.

O coordenador-geral da Frente Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel tem a mesma visão dos eletricitários de que o PDV embute um processo de privatização. "O PDV é o primeiro passo e quem não adere sofre ameaça de demissão, porque a reforma Trabalhista abriu esta oportunidade para a empresa", conta.

O secretário de comunicação da CUT Roni Barbosa, que também é petroleiro, concorda que os programas de demissões visam apenas reduzir os custos da Petrobras , a preparando para a privatização.

"Querem oferecer a Petrobras com um quadro muito enxuto além do necessário para atrair compradores. A população precisa ser alertada que os custos serão muito altos. Uma empresa que compra uma refinaria paga bilhões de dólares e vai querer tirar esta diferença rapidamente", diz.

O atual presidente Roberto Castello Branco, chegou dizer que por ele venderia tudo. E enquanto coloca seu plano de privatização em ação, anunciou a venda de oito refinarias.

"Se as oito refinarias forem privatizadas, vai continuar a política de preços da Petrobras que beneficia os acionistas e prejudica a sociedade. É essa política que faz a população pagar R$ 5,00 pelo litro da gasolina, quase R$ 4,00 pelo litro do diesel e R$ 100,00 pelo botijão de gás de cozinha", critica o coordenador-geral da FUP.

O secretário de comunicação da CUT lembra que um barril de petróleo é produzido a dois dólares. Os investidores vão triplicar o preço para retirar o capital investido.


  • "É uma crueldade com a população que já pagou pela Petrobras e vai pagar uma segunda vez. Não tem sentido entregar setores estratégicos para a iniciativa privada" - Roni Barbosa


O dirigente da CUT lembra ainda dos riscos que os cortes nos quadros de funcionários nas estatais e as privatizações trazem aos trabalhadores e a população em geral.

"Como resultado do enxugamento de funcionários tivemos em 1984, o acidente na plataforma P 33 , na Baía de Guanabara, que matou 36 trabalhadores e deixou outros 23 feridos. A privatização da Vale mostrou também que o lucro está acima da vida humana e estão aí os exemplos dos acidentes nas barragens da Vale de Mariana e Brumadinho, que até hoje não enterrou todos as vítimas daquela tragédia anunciada", diz Roni.

Nos bancos públicos, como Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF), ao contrário dos governos Lula e Dilma Rousseff em que as tarifas eram mais baixas do que as dos bancos privados, a população já sente a queda na qualidade do atendimento, pela falta de funcionários.

Segundo a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, o PDV faz parte de um plano do governo para sobrecarregar o funcionário e, assim demorar o atendimento do cliente que fica insatisfeito e defenderá a privatização.

Juvandia conta que desde o governo do golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB), aderiram a planos de demissões 20 mil trabalhadores e trabalhadoras. Agora Jair Bolsonaro quer continuar com os PDV para preparar a venda desses bancos.


  • "O ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, já fala em fusão do BB com banco privado dos Estados Unidos. Estão entregando nossas empresas lucrativas, que além dos serviços para a população devolvem os dividendos para o próprio Estado para fazer políticas públicas" - Juvandia Moreira


"Todo mundo perde, a sociedade e os trabalhadores que se sentem inseguros em permanecer na empresa com medo de perdas, e querem sair com algum ganho financeiro. Eles olham para o futuro e não vêm perspectivas", diz a dirigente, que alerta ainda para os cortes que o financiamento imobiliário, que a Caixa oferece, e os programas sociais podem vir a sofrer.

"Mais de 37% da arrecadação das loterias vão para programas sociais. Se privatizar, como quer o governo, o dinheiro vai para o acionista, para os ricos, que ganham ainda mais dinheiro", diz.

Os Correios cuja meta do governo é desligar 7.300 trabalhadores com o novo PDV, já vem sendo sucateado há alguns anos. Com isso, a qualidade dos seus serviços vem sendo questionados por parte da população, avalia Emerson Marcelo Gomes Marinho, diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).

Segundo ele, desde 2011 os Correios estão sem concurso público para novos funcionários. Ao final de 2012 eram 125 mil funcionários e, após vários planos de demissões, hoje são 105 mil, com perda de 15 mil funcionários na área operacional e o restante na parte administrativa.

Para piorar a situação do atendimento à população, o presidente da empresa, General Juarez Aparecido de Paula Cunha já anunciou que pretende deixar o quadro de pessoal entre 70 e 80 mil, reduzindo a capacidade de serviços em quase 50% da mão de obra atual.

Segundo Emerson, os Correios vêm fazendo um trabalho forte de comunicação para que os funcionários pensem que a empresa vai acabar, e as pessoas se precipitam, aceitando sair com um pouco mais de dinheiro. O mesmo acontece em relação aos aposentados que temem perder os 40% do FGTS, com a reforma da Previdência, se o Congresso Nacional aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC nº 006), de Bolsonaro.


  • "O governo tem adotado uma política de assédio moral e psicológico em cima do trabalhador para diminuir o passivo e entregar os Correios à iniciativa privada. Essa é a lógica do PDV, tornar a empresa atraente para o mercado e quem vai pagar mais à frente é a população com o aumento das tarifas" - Emerson Marcelo Gomes Marinho


Além da falta de funcionários, de acordo com Emerson, a empresa vem priorizando os serviços de entrega de "objetos qualificados", que são pacotes ou compras que podem ser rastreados via internet, em detrimento à carga postal, que são as cartas, boletos e correspondências em geral.

"O filé mignon de arrecadação são as entregas dos 'objetos qualificados'. O papel de integração social, de levar a comunicação, as cartas aos quatro cantos do país, aos ribeirinhos nos confins da Amazônia, de integrar o Brasil está sendo relegado a um segundo plano, e vai piorar porque uma empresa privatizada não vai se importar com a população", alerta o diretor da Fentect.


Conhecimento é relegado

O engenheiro de Furnas, Felipe Araújo alerta que os últimos planos de demissões voluntárias na Eletrobras, diminuíram a força de trabalho do sistema de uma forma completamente 'ingerenciável', pela falta de concursos públicos para repor a mão de obra.

Felipe alerta ainda que a fuga de capital intelectual da empresa, da capacidade de engenharia e da desapropriação tecnológica vai fazer a sociedade pagar por isso, se houver uma retomada de crescimento. Segundo ele, os funcionários do sistema Eletrobras têm um alto grau de qualificação reconhecido no Brasil e no mundo e , essa perda é irreparável e vai custar mais caro adiante para a empresa e os consumidores.

"Essa demanda vai ter de ser suprida por empresa terceirizada e, se essa empresa não tiver o capital intelectual vai ter de buscar, ou fingir que não precisa. Com isso, os serviços encarecem, e ainda o atendimento pode piorar", diz o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro.

O diretor da Fentect, Emerson Marinho também concorda que as demissões provocam danos ao funcionamento das estatais e nos Correios não é diferente.

"A população não sabe que a precarização dos serviços vem acontecendo pela política dos PDVs e, quando contratam terceirizados, os novos funcionários levam 90 dias para aprender o serviço, mas logo em seguida são demitidos. É uma política de pânico", denuncia Emerson.


Sindicatos e CUT prometem reação e pedem apoio da população

"A CUT rechaça esse PDV nas estatais. Vamos lutar para reverter esse processo, recompor o quadro de funcionários nas estatais para que elas cumpram o papel de atender a população", defende o secretário de comunicação da CUT, Roni Barbosa.

Segundo ele, os lucros obtidos não podem ser remetidos ao exterior como fazem as multinacionais, que muitas vezes, também não cumprem legislações ambientais e trabalhistas.

"A Vale é um exemplo de que fica o bagaço para a população e o melhor vai para os acionistas. Uma estatal reinvesti no país", lembra o secretário.

A presidenta do sindicato dos bancários Juvandia Moreira Leite defende a luta dos sindicatos e da CUT contra a privatização das empresas públicas e pede o apoio da população

"A sociedade também tem de defender a soberania nacional. Este governo não tem projeto de Nação. Não existe Nação forte que não valorize sua natureza e suas estatais fortes. Todas as categorias juntas, sejam petroleiros, eletricitários, bancários, urbanitários, precisamos fazer a luta conjunta contra a entrega da soberania nacional".

Para o dirigente da FUP, José Maria Rangel, é preciso reagir, resistir à privatização e buscar apoio da população.

"Precisamos dialogar com a sociedade que tem uma visão distorcida de que funcionário público é marajá. Precisamos fazer com que a população entenda que esta não é uma luta corporativa e sim da toda a sociedade porque estamos defendendo a soberania nacional", afirma Rangel.

Já o diretor da Fentect, Emerson Marinho, diz que a entidade é contra o PDV por piorar o quadro de desemprego no país e aumentar a possibilidade de um colapso social.

"Somos contra esse desmonte e o desligamento de pessoas que poderiam estar melhorando a qualidade de entrega e dos serviços dos Correios à população", diz Emerson.

Fonte: CUT Brasil | Escrito por: Rosely Rocha | Imagem: Alex Capuano/CUT
 Apresentadores de TV, com renda média de R$ 1,3 milhão por mês, estarão em peças publicitárias


 A reforma da Previdência proposta pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) – em discussão no Congresso por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 06/19 – será defendida em uma campanha publicitária protagonizada por sete apresentadores populares da TV.

Com renda mensal média estimada em R$ 1,37 milhão – sem considerar o lucro das empresas próprias, outras propagandas e comissões –, os comunicadores milionários que a agência de propaganda Artplan contratou estão numa faixa salarial que é 50 vezes maior que a média da população 1% mais rica do país, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o portal Meio & Mensagem, a campanha será veiculada em todas as grandes emissoras abertas de alcance nacional (SBT, Record, RedeTV e Band), com exceção da Globo. O custo total será de R$ 40 milhões.

Milton Neves, um dos nomes confirmados para fazer parte da ação de marketing do governo, revelou em sua rede social que o cachê é de R$ 500 mil. Além dele, que tem salário estimado em R$ 1,3 millhão, os outros comunicadores contratados, e suas respectivas rendas mensais estimadas, são: Ratinho (R$ 3 milhões), Rodrigo Faro (R$ 3 milhões), Datena (R$ 1 milhão), Ana Hickmann (R$ 700 mil), Luciana Gimenez (R$ 500 mil) e Renata Alves (R$ 100 mil).

Um trabalhador brasileiro que recebe R$ 998 por mês teria que trabalhar por 114 anos para acumular um valor igual a média mensal de renda dos sete apresentadores que farão a campanha.

"Nenhum deles faz jornalismo na prática. Eles são apresentadores de programas de entretenimento. Eles vendem para os telespectadores deles. Eles vendem produtos, vendem ideia, vendem imagem, vendem ilusão, vendem a verdade. Eles não passam de camelôs eletrônicos. São vendedores que aproveitam o seu espaço, o seu programa, para vender todos os tipos e qualquer produto. Pagou, eles vendem. Foi o que o governo fez. O governo pagou e eles vão vender a ideia que a reforma da Previdência é a melhor coisa para o brasileiro", disse Edney Almeida, pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbanos (NEPUR) e doutor em sociologia urbana, mídia e sociedade.

Durante o governo Michel Temer (MDB), a partir de 2016, também foram autorizadas despesas no valor total de R$ 183 milhões para propaganda, pesquisas e sites de apoio à reforma da Previdência. Na época, o governo desistiu da proposta por conta do desgaste político causado pelas acusações e gravações do empresário Joesley Batista, dono da JBS, contra o ex-presidente.

A secretaria de comunicação do governo Federal e a Artplan foram procuradas pelo Brasil de Fato, porém não comentaram sobre a campanha até o fechamento da matéria.
 
Fonte: Brasil de fato | Escrito por: Juca Guimarães | Edição: Aline Carrijo | Foto: Isac Nóbrega (PR)
Taxa do IPCA foi a maior para abril desde 2016, segundo o IBGE. Em 12 meses, inflação oficial foi a 4,94%. O INPC ultrapassou os 5%

Com 0,57%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), menor que março, teve a maior variação para abril desde 2016, segundo o IBGE, que divulgou o resultado na manhã desta sexta-feira (10). A taxa para os primeiros quatro meses do ano, 2,09%, também foi a mais elevada para o período desde aquele ano. O acumulado em 12 meses subiu para 4,94%.

De acordo com o instituto, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve a maior variação, de 1,51%, com altas em itens como remédios (2,25%), planos de saúde (0,80%), produtos de higiene pessoal (2,76%) e perfumes (6,56%). Esse grupo representou impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral.

Transportes subiu menos do que em março (de 1,44% para 0,94%), mas mesmo assim teve a segunda maior variação do mês, com impacto de 0,17 ponto no IPCA. O preço da gasolina aumentou 2,66%, em média, variando de -0,58% (região metropolitana de Salvador) a 5,98% (Porto Alegre). Ainda nesse grupo, as passagens áreas tiveram alta de 5,32% e a tarifa do ônibus urbano, de 0,74% – cada um contribuiu com 0,02 ponto.

Grupo de maior peso na composição do índice, Alimentação e Bebidas também subiu menos: de 1,37% para 0,63%. Alimentos para consumo em casa foram de 2,07% para 0,62%, mas comer fora passou de 0,10% para 0,64%. Caíram preços de produtos como feijão carioca (-9,09%) e frutas (-0,71%), enquanto subiram tomate (28,64%), frango inteiro (3,32%), cebola (8,62%) e carnes (0,46%).

Em Habitação, os destaques foram energia elétrica (alta de 0,10%), taxa de água e esgoto (0,49%) e gás encanado (1,38%). Com isso, o grupo variou 0,24%, com impacto de 0,04 ponto.

Entre as regiões pesquisadas, a menor variação foi apurada em Rio Branco (0,05%), onde o custo da energia caiu 2,60%. O maior foi na região metropolitana de Fortaleza: 0,91%, com influência de água e esgoto (12,39%).

Depois vêm São Luís (0,87%), Porto Alegre e Salvador (0,83%), Aracaju (0,80%), Brasília (0,77%), Belém e Goiânia (0,62%), Recife (0,59%), Curitiba (0,57%), Campo Grande (0,52%), São Paulo (0,49%), Rio de Janeiro (0,46%), Belo Horizonte (0,42%) e Vitória (0,32%).

Em 12 meses, o IPCA vai de 4,21% (Brasília) a 5,63% (Porto Alegre).


INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) chegou a 0,60%, abaixo de março (0,77%), mas também no maior resultado para abril desde 2016. Em 12 meses, chegou a 5,07%.

Segundo o IBGE, os produtos alimentícios tiveram alta de 0,64%, enquanto os não alimentícios subiram 0,58%.


Fonte: RBA | www.redebrasilatual.com.br | Escrito por: Redação RBA | Foto: Pixabay
Sexta, 10 Mai 2019 09:25

Feliz dia, Mãe!

Escrito por Silvia Medeiro
 às mães de barriga,
 às mães de alma,
 às Mães que aprendem
 e ensinam sendo mãe,
 a todas estas Mulheres
 maravilhosas que geram
 amor a cada dia,
 nosso carinho e admiração neste
 12 de maio de 2019!

Nossa homenagem especial às mulheres que são mães e trabalhadoras, do SINDICATO DOS EMPREGADOS EM EDIFÍCIOS - SEEF e da FECESC
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