Entre contratações e demissões, o país teve saldo de 159.454 postos de trabalho formais em outubro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o “novo” Caged, divulgado nesta terça-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. O resultado, embora positivo, mostra redução do ritmo de admissões, inferior ao de admissões, e salário menor. O estoque de emprego chegou a quase 43 milhões (recorde de 42.998.607).
Entre os setores de atividade, houve forte concentração em serviços, com saldo de 91.294 vagas. O comércio abriu 49.356, com a proximidade das festas de fim de ano. A indústria e a construção civil ficaram mais próximas da estabilidade (14.891 e 5.348, respectivamente), enquanto a agropecuária fechou 1.435 postos de trabalho.
O saldo no ano é de 2.320.252 vagas. Mas o ritmo de admissões é menor que o de demissões, segundo os dados do Caged. Enquanto as contratações cresceram 10,4% de janeiro a outubro, em comparação com igual período do ano passado, os desligamentos aumentaram 15,4%. A criação de empregos com carteira, em 2022, se concentra também em serviços (1.263.899).
Ainda pelos dados divulgados hoje, o salário médio de admissão (R$ 1.932,93) é 2,4% menor que o de desligamento (R$ 1.981,39). Ou seja, quem entra ganha menos do que aquele que perde o emprego. Essa situação se repete desde fevereiro. O salário dos contratados também cai há dois meses.
Escrito por: Redação RBA
A crise econômica provocada pelo governo desastroso de Jair Bolsonaro (PL), aprofundada pela pandemia da Covid, tem levado cada vez mais os brasileiros e brasileiras, especialmente as classes C,D e E a recorrerem a empréstimos junto a amigos, familiares e mesmo bancários para comprar comida e pagar contas básicas de água, luz e aluguel, entre outras, diz pesquisa do instituto Plano CDE.
Para 45% e 50% dos pesquisados dessas classes sociais a alimentação e as contas do mês foram ou seriam a principal finalidade dos empréstimos. 50% da população das classes D e E já tiveram de reduzir a compra de comida para pagar uma dívida.
O percentual de pedidos de empréstimos cai para 30% entre as classes A e B. Considerando todas as classes, 42% afirmam ter alguma dívida em atraso, diz a pesquisa, publicada pelo jornal Folha de São Paulo.
População tem mais dívida do que renda
Nos últimos 12 meses, cerca de 50% da população teve gastos maiores do que a renda, sendo 37% nas classes A e B; 48% na C1 (renda de R$ 3 mil a 6 mil) e 55% C2 (renda de R$ 2 mil a R$ 3 mil), chegando a 60% nas D e E.
De 2020 para 2021, a retração na renda do trabalhador foi de 3,80%. Quando se considera a média, metade dos empregados ganhava até R$ 1.995, menos de dois salários mínimos. Desde 2017, ano da reforma Trabalhista, a perda é de aproximadamente 6,5%, lembrou o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Victor Pagani, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Os motivos pelos quais os brasileiros estão cada vez mais endividados, foram analisados por economistas e especialistas em diversas reportagens do PortalCUT, que sempre indicaram que a queda de renda, o emprego precário sem direitos, e o fim da política de valorização do salário mínimo no governo Bolsonaro, são as principais causas desse enorme endividamento das famílias, especialmente entre os mais pobres.
Mesmo o alívio que trouxe os R$ 600 do auxílio Brasil não foram suficientes para sequer comprar uma cesta básica, como apontou o Dieese, já que a inflação dos alimentos continua em alta.
O governo até liberou empréstimos consignados para os beneficiários do programa, o que gerou críticas de especialistas que apontaram o endividamento dos mais pobres uma crueldade por parte de Bolsonaro.
Até mesmo o Procurador- Geral da República (PGR), Augusto Aras, aliado do presidente, considerou o empréstimo consignado do Auxílio Brasil inconstitucional por não proteger os beneficiários do endividamento.
Precarização do trabalho
Para fazer frente a esse endividamento e à falta de empregos decentes com carteira assinada e bons salários, os brasileiros têm recorrido a horas extras, bicos, trabalhos temporários e a venda de seus próprios bens materiais, como carro, móveis, eletrodomésticos.
Estrato da pesquisa
O Plano CDE considerou as classes D e E em domicílios com renda familiar de até R$ 2.000. A classe C foi dividida em duas: C2 com renda de R$ 2.000 até R$ 3.000, e C1 com renda de R$ 3.000 até R$ 6.000. Já a classe AB é formada por lares com renda familiar acima de R$ 6.000.
A pesquisa do Plano CDE, de abrangência nacional, ouviu 2.370 pessoas maiores de 18 anos de todas as classes sociais, entre 26 de julho e 9 de agosto de 2022.
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
A entrega da reivindicação para o reajuste do Piso Salarial Estadual marcou o início das negociações entre trabalhadores e patrões, durante encontro breve, na sede da Fiesc, às 14 horas desta quinta-feira, 24 de novembro. Em clima de cordialidade, ambos os lados manifestaram o desejo de que as negociações sejam positivas. O reajuste proposto pela comissão de trabalhadores é de reposição integral do INPC de 2022 – restando ainda a inflação dos meses de novembro e dezembro – mais aumento real de 5%, e será analisado em reunião das federações patronais, nos próximos dias. A rodada de negociação propriamente dita está agendada para as 13h30min do dia 16 de dezembro, no mesmo local.
Esta é a 13ª edição do Piso Salarial Estadual, que marca também a expectativa pelo início de um novo governo na esfera federal, o que dá bastante esperança aos representantes dos trabalhadores. O diretor sindical do Dieese e coordenador da comissão de trabalhadores, Ivo Castanheira acredita que as negociações ocorram sem problemas, como nos anos anteriores, “por mais que tenhamos que nos reunir algumas vezes”.
Castanheira reforça a importância da reivindicação salarial, até porque o INPC está em torno de 7% e, em maio, estava 12,47%. “Os 5% de ganho real que propomos cobririam praticamente o INPC de maio. Na cesta básica ou na alimentação, os produtos consumidos pelo trabalhador que ganha o Piso Salarial aumentaram de preço”, ressalta, lembrando que o novo governo Lula deve instituir uma política nacional de aumento real para o Salário Mínimo, e isso tem que ser repassado para os demais salários. “Nós tivemos um período de até sete anos em que negociamos apenas a reposição do INPC, isso não se concebe porque as mercadorias subiram acima do INPC”, conclui Castanheira.
Rogério Correa, representante da CUT na entrega da proposta dos trabalhadores, concorda que o reajuste do Salário Mínimo acima da inflação deve interferir positivamente nas negociações do Piso Estadual. “Que o conjunto dos empresários tenha a sensibilidade de distribuir a renda do estado de SC, que já tem um PIB significativo, e essa riqueza possa também ir para o bolso dos trabalhadores, que são os produtores dessa riqueza”, afirma. Ednaldo Pedro Antônio, representante da Fetiesc também se mostra otimista: “Os trabalhadores aguardam um bom trabalho das equipes que irão negociar o reajuste do Piso”. O presidente da Federação dos Gráficos de SC, Moacir Efting pondera: “Após um período nebuloso, conseguimos restabelecer a democracia no país, vivemos uma época de pleno emprego no Estado e isso vai nos favorecer na hora da negociação”. Hamilton Vargas, do Sindicato dos Gráficos de Florianópolis considera que “a aceitação dos representantes patronais foi muito boa” e acredita “em um futuro melhor para os trabalhadores”.
Edital de Convocação
Pelo presente edital, ficam convocados todos os associados do Sindicato dos Empregados em Edifícios e Empregados das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis de Florianópolis, São José, Biguaçu e Palhoça, para a Assembleia Geral Ordinária, que será realizada no dia 29 de Novembro de 2022, às 19:00 horas em primeira convocação, e meia hora mais tarde em segunda convocação, tendo como local o auditório da FECESC - Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Santa Catarina, situado na Avenida Mauro Ramos, 1624, em Florianópolis/SC, com a finalidade de discutir e deliberar sobre a seguinte Ordem do Dia:
- Apresentação, discussão e votação da Previsão Orçamentária para o Exercício de 2023, e respectivo parecer do Conselho Fiscal.
Florianópolis, 22 de novembro de 2022.
Rogério Manoel Correa
Presidente
O presidente eleito, Lula (PT), só assume a presidência da República em 1º de janeiro de 2023, mas tem sido alvo de críticas de economistas neoliberais e do mercado financeiro, por ser contrário ao Teto de Gastos Públicos, que o petista, a CUT e a esquerda em geral sempre criticaram.
Essa medida econômica colocada na Constituição brasileira, em 2017, pelo ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), congelou os gastos públicos por 20 anos, impedindo investimentos fundamentais e urgentes e áreas como saúde e educação. E, se nada for feito rapidamente, nem o gasto necessário para combater a fome e à miséria Lula terá.
Para explicar o que é teto de gastos e por que ele é ruim para os pobres e bom para os ricos, e ainda por que Lula tem sido criticado por querer alterar a medida, o PortalCUT ouviu dois professores de economia da Unicamp, Marcio Pochmann e Marcelo Manzano.
Eles desmitificam a tese que vem sendo difundida por donos de jornais como Folha, O Globo e Estadão e grandes empresários, como os do agronegócio, de que o futuro governo petista irá afundar o Brasil se não se render aos interesses da elite econômica do país.
Tanto para Pochmann como para Manzano a elite do país carrega um preconceito de classe e tem medo de perder seus privilégios. Ela sabe que se o governo investir mais em políticas sociais vai precisar arrecadar mais dinheiro, inclusive, por meio do aumento de impostos dos ricos e acabar com isenções fiscais de produtos que a maioria da população não consome e não faz diferença na vida delas.
Um exemplo é a redução de impostos que o governo de Jair Bolsonaro (PL) concedeu para equipamentos de jogos eletrônicos a suplementos alimentares, o whey protein, consumido por praticantes de academia, em sua maioria. Apesar da alta nos preços dos alimentos, o presidente não isentou os impostos dos produtos que compõem a cesta básica.
Para os dois economistas o teto de gastos públicos privilegia os ricos e prejudica os pobres que dependem de políticas públicas e sociais.
O que é o Teto de Gastos?
O teto de gastos estabelece que o governo federal não pode investir mais do que a inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em obras e políticas sociais de áreas como saúde, educação, entre outras.
A medida, criada por meio de uma Emenda Constitucional (EC) nº 95, por Temer e aprovada pelo Congresso em 2017, vale por 20 anos, Ou seja, o teto, se não for revogado, prevalecerá até 2037.
O que fica de fora do teto?
Ficam de fora do teto os pagamentos de salários e manutenção do Congresso e das Forças Armadas, as transferências obrigatórias para estados e municípios, os repasses para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), entre outras despesas obrigatórias.
Por que o mercado financeiro tem interesse no teto de gastos?
Segundo o economista Marcio Pochmann, o interesse do mercado é mandar na política econômica do país, reduzindo o papel do Estado na atividade econômica.
“O mercado financeiro diz que se o governo se endividar mais ele não terá como pagar tanto a dívida como os juros dos títulos públicos, que coloca à venda para arrecadar dinheiro, mas, na verdade, o interesse deles é diminuir a atuação do Estado nas políticas públicas, para que eles tomem essa fatia de mercado”, analisa Pochmann.
Eles querem a coisa pronta, querem comprar estatais com interesses econômicos e não políticos. Um governo tem o dever de saber onde precisa ser construída uma escola, mas o mercado quer uma escola onde tenha alunos que possam pagar
É exatamente para diminuir a presença do Estado nessas políticas sociais empurrando as famílias para planos de saúde, para a escola privada, que é o interesse de quem apoia o teto de gastos, acredita o economista Marcelo Manzano.
Ele cita como exemplo o aumento da população brasileira ano a ano. Se o Brasil tem 215 milhões de habitantes e em um ano esse número aumentou para 220 milhões, com o teto de gastos, o governo vai diminuir o valor do dinheiro que em tese seria dividido entre todos os brasileiros.
O economista reforça que para investir é preciso arrecadar e isso passa pelo pagamento de impostos dos mais ricos e é isso que o mercado financeiro não quer, para manter seus privilégios.
Menos investimento, é menos dinheiro para atender as necessidades da população
Em resumo, quem defende a redução do papel do estado na economia, está interessado na privatização das escolas e da saúde, entre outras áreas federais, para oferecer o serviço em troca de altas mensalidades que poucos podem pagar. Foi por isso, que o mercado, os empresários da indústria e das comunicações comemoram a reforma da Previdência que tirou o sonho de milhões de brasileiros de um dia se aposentar e levou milhares a procurar uma previdência privada, o que, em geral, só é bom para os donos das instituições financeiras.
Preconceito com os pobres
Para Marcelo Manzano, a elite brasileira não admite que, por detrás dessa defesa fervorosa do teto de gastos está o preconceito de classe arraigado na sociedade brasileira, como a escravidão e a desigualdade social.
“A elite brasileira não quer dividir espaço nos aeroportos, não quer ver o desenvolvimento do filho da empregada, quer manter privilégios”.
Nenhum país do mundo tem teto de gastos, exceto o Brasil
Hoje, a dívida pública que o Estado tem com brasileiros que compram títulos é de 80% do Produto Interno Bruto (PIB), algo em torno de R$ 9 trilhões.
Segundo Marcio Pochmann, o argumento do mercado financeiro de que o Brasil pode falir se aumentar a sua dívida pública é uma falácia.
“No Japão, a dívida pública é de mais de 200% por cento do PIB, os Estados Unidos e a Alemanha também ultrapassaram os 100%. Aqui no Brasil o mercado financeiro defende a ideia ultrapassada de que para crescer é preciso diminuir os gastos”, conta.
Este argumento do mercado também é rechaçado por Manzano, que critica a ideia de que se o governo se endividar mais não terá credibilidade, e assim precisa vender mais títulos públicos e aumentar os juros pagos por eles”.
“Isso é um mito alimentado pelo mercado financeiro, tanto que até mesmo o cálculo da dívida foi modificado já no primeiro governo Lula, em 2003. Durante os governos FHC, se levava em conta as reservas cambais que o país tinha, para calcular a dívida líquida. Com Lula, o mercado ‘esquece’ que tem US$ 350 bi em reservas e põe na conta o valor bruto. Somos o quinto país com as maiores reservas cambiais do mundo”, afirma Marcelo Manzano.
Já Pochmann argumenta que um governo pode emitir moedas, cobrar mais impostos, lançar títulos públicos e uma série de medidas para aumentar a arrecadação.
“O argumento de que o Estado tem de agir como uma família que não pode se endividar, não existe em nenhum lugar do planeta. O Estado é o dono da moeda. Nenhum país do mundo faliu”, afirma.
“Além disso, os investimentos do Estado geram emprego, aumento do consumo e consequentemente a arrecadação. O efeito é o inverso do que dizem os economistas neoliberais”, conclui o economista.
O que é o tal mercado
Mercado neste caso não é um lugar onde se faz compras do mês com muitos estão ironizando nas redes sociais. Esses ‘mercados’ que ficam nervosos com Lula, são compostos por grandes empresários que especulam, principalmente com ações na Bolsa de Valores e na compra e venda de dólar e outras moedas.
O mercado é o ambiente onde ocorre a negociação de ativos — como títulos, moedas, ações, derivativos, mercadorias, commodities entre outros bens e ativos com algum valor financeiro. Seus agentes vendem e compram direitos de receber fluxos de dinheiro ou a moeda em que se deseja manter seus ativos.
Ativos, por sua vez, pode ser classificado como tudo o que pode ser convertido em dinheiro de alguma forma. Por exemplo, o dinheiro em banco é um ativo, o estoque da empresa pode ser vendido e virar dinheiro, então é um ativo, o carro da empresa pode ser vendido e virar dinheiro, então é um ativo.
Os mercados de títulos de dívida pública e de câmbio (dólar) são os mais importantes.
Já ‘títulos de dívida pública’ podem ser definidos como o direito de receber um fluxo de rendimentos (juros) do governo.
Diferença entre Lula e Bolsonaro
Nos dois governos Lula (2003 a 2011), não havia teto de gastos e ainda assim, o Brasil não aumentou a dívida pública. Ao contrário, o país conseguiu aumentar a sua arrecadação com geração de emprego e renda e construiu uma reserva cambial de US$ 350 bilhões.
Já Bolsonaro nunca respeitou o teto de gastos. Em quatro anos de seu governo ele furou o valor em R$ 750 bilhões, sem nunca ser incomodado pelo mercado financeiro.
O que se percebe é a diferença de tratamento com Lula, que quer bem menos do que isso: R$ 175 bilhões para manter o Bolsa Família em R$ 600 e mais R$ 150 por criança até seis anos e reajustar o salário mínimo acima da inflação, entre outras ações para combater a fome de 125 milhões de brasileiros que vivem em insegurança alimentar. Ou seja, o “preconceito de classe arraigado na sociedade brasileira”, como disse Manzano.
Escrito por: Rosely Rocha | Editado por: Marize Muniz (Portal CUT Brasil)
A reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro, promulgada em 13 de novembro de 2019, completa três anos e se destaca como uma das heranças mais malditas da gestão que termina no dia 31 de dezembro deste ano.
No Supremo Tribunal Federal (STF), tramitam 12 Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) questionam artigos da reforma da Previdência (emenda constitucional 103/2019). No dia 16 de setembro, o ministro Luís Barroso, relator das ações, declarou a constitucionalidade de regras contestadas.No dia 22, o julgamento foi interrompido por pedidos de vista (mais tempo para analisar o caso) feito pelo ministro Ricardo Lewandowski. As ações vinham sendo analisadas pelo plenário virtual do STF, formato de julgamento em que os ministros registram seus votos no sistema do Tribunal, sem que haja uma sessão para a leitura individual de cada voto.
Enquanto o STF não decide, as mudanças nas regras do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) continuam atingindo especialmente as viúvas, viúvos ou herdeiros e os trabalhadores e trabalhadoras mais pobres que terão de contribuir mais tempo para receber um benefício de menor valor.
O valor médio do benefício caiu de R$ 1.784,79, em 2019, já considerada a inflação, para R$ 1.594,92 em setembro deste ano, último dado disponível, segundo o jornal Folha de S Paulo. A reforma gerou uma economia para os cofres públicos de R$ 156,1 bilhões desde 2020, dinheiro que tirou da boca de aposentados, viúvas e filhos de trabalhadores que morreram depois das novas regras entrarem em vigor.
De um lado, o governo comemora. De outro, muitos trabalhadores vão morrer antes de se aposentar e viúvas, viúvos e herdeiros amargam redução nos valores dos benefícios, assim como os trabalhadores.
Sobre o drama dos trabalhadores mais pobres, o secretário-Adjunto de Relações Internacionais da CUT nacional, Quintino Severo, explica de forma simples a equação perversa.
“Com a idade mínima para se aposentar, o jovem pobre que começa a trabalhar com 15, 16 anos para ajudar no sustento de suas famílias, vai trabalhar 50 anos para se aposentar, contra os 40 da classe média, que começa a trabalhar por volta dos 25 anos, após se formar na universidade. O mesmo vale para as mulheres”, diz Quintino Severo, que é ex-integrante do Conselho da Previdência formado por representantes do governo, dos trabalhadores, dos empresários e dos aposentados.
Confira porque a herança é maldita
A reforma acabou com a aposentaria por tempo de contribuição.
Idade mínima - as novas regras da Previdência preveem que homens se aposentam a partir de 65 anos de idade e mulheres aos 62 anos.
Anos de contribuição - Também ficou definido 15 anos de contribuição mínima para mulheres e 20 anos para os homens.
Quem quiser se aposentar com o salário integral, com o teto hoje de R$ 7.087,22, tem de contribuir por 40 anos.
As pensões por morte não são mais de 100% do valor do benefício recebido pelo trabalhador falecido. As viúvas, viúvos e órfãos têm direito a somente 60% do valor do benefício.
Nos casos das viúvas e viúvos com filhos menores de 21 anos, não emancipados, é pago um adicional de 10% por dependente. O valor é limitado a 100% do benefício ou quatro filhos menores. O filho ou a filha que atingir a maioridade deixa de receber os 10%. A viúva ou viúvo receberão apenas os 60% a que têm direito.
Se o trabalhador que faleceu não era aposentado, a viúva ou viúvo terá direito a 60% da média de todos os salários do falecido, a partir de 1994, e não sobre os 80% maiores salários, como era antes.
Trabalhadores rurais
Antes da reforma, o governo revogou a possibilidade de comprovação de atividade no campo por meio de declaração do sindicato dos trabalhadores rurais. O trabalhador rural poderá fazer uma autodeclaração de atividade no campo, cuja veracidade será comprovada por órgãos públicos. Isso valerá apenas até 2023.
Depois, a autodeclaração não será mais aceita e o trabalhador rural terá de se inscrever no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) para comprovar o tempo de serviço no campo e ter acesso ao benefício. O banco de dados que alimenta o CNIS é o Cadastro do Agricultor Familiar (CAF).
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) isso é preocupante porque a Previdência vai reconhecer direitos baseados no CNIS rural. Na prática, a previdência tem um enquadramento e o CAF tem sua própria lei. Com isso, parte dos mais de 15 milhões de agricultores, mesmo não estando enquadrados no CAF, mas que se enquadram no INSS, correm o risco de ficar de fora dos seus direitos previdenciários.
Aposentadoria por incapacidade permanente
Na aposentadoria por incapacidade permanente, antiga aposentadoria por invalidez, o cálculo deixou de corresponder a 100% da média salarial e passou a ser de 60% mais 2% a cada ano extra, com exceção de invalidez por acidente de trabalho.
O benefício especial, concedido a quem trabalha exposto a condições prejudiciais à saúde, também passou a ter idade mínima.
Quase metade (49%) do 13º deve ser paga nos estados da região Sudeste. O Nordeste responde por 20,6% e o Sul, por 17,2%. Depois vêm as regiões Centro-Oeste (9%) e Norte (4,9%). “Importante registrar que os beneficiários do Regime Próprio da União receberão 4,2% do montante e podem estar em qualquer região do país”, acrescenta o Dieese.
Os valores médios vão R$ 1.818 (Maranhão) a R$ 4.711 (Distrito Federal). A média nacional é de R$ 2.672.
Há a possibilidade de aumento do número de casos de covid-19 no Brasil nas próximas semanas. É o que alerta o médico infectologista e professor universitário Marcos Caseiro em entrevista ao Jornal Brasil Atual. De acordo com o especialista, já é nítido nos hospitais e nos testes de laboratórios um crescimento do número de pessoas com sintomas e quadros respiratórios.
A nova onda começou avançando na Ásia, nos Estados Unidos e na Europa e agora acende um alerta para o Brasil. Em 12 de outubro, líderes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Europa (ECDC) e representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiram uma declaração conjunta alertando para a alta da doença no continente. “Ainda que não estejamos na mesma situação que passamos há um ano, está claro que a pandemia de covid-19 não acabou. Infelizmente, vemos os indicadores subirem de novo na Europa, o que sugere o início de uma nova onda de infecções”.
Apenas no estado de São Paulo, as novas internações em UTI para covid aumentaram 46% entre os dias 17 de outubro até o último dia 31. Os dados foram levantados pelo jornal Folha de S. Paulo e mostram também alta nas internações na região metropolitana do estado. No mesmo período, elas cresceram 73,7%. Até esta sexta (4), 324 pessoas estavam internadas. O que representa cerca de 20% mais do que foi observado na onda de ômicron, em janeiro, e 40% maior do que há duas semanas.
Caseiro avalia que o fim das medidas contra a covid, como o uso de máscaras em ambientes fechados, contribuiu para uma subida de casos. O risco, no entanto, é que, com a maior circulação do vírus, a chance de surgir uma nova variante aumente também. De acordo com o infectologista, nesse momento, a população “não pode baixar a guarda”. O infectologista defende, sobretudo, a continuidade do uso de máscaras em ambientes fechados, assim como a vacinação completa, com todas as doses de reforço das crianças até a população adulta.
Ainda de acordo com Caseiro, as próximas semanas devem ser de observação. Mas, se confirmada a alta nos casos, será preciso repensar aglomerações nas festas de fim de ano.
“É importante as pessoas entenderem que não foi decretado em nenhum momento o fim da pandemia. Nós tivemos uma redução importante, uma diminuição de casos graves e certamente a vacina deve ter um peso avassalador nisso, mas não é momento de baixar a guarda. (…) Então é importante a população ficar atenta, garantir a vacinação dos mais vulneráveis e, se tiver sintomas respiratórios, procure um serviço médico que faça um exame e se isole para evitar transmitir para outras pessoas e expandir a doença”, destaca o médico infectologista.
Escrito por: Redação RBA
A equipe que trabalha na transição de governo, nomeada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e liderada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), já começou a negociar com o Congresso Nacional a aprovação de uma nova faixa de isenção do Imposto de Renda (IR), reajustando a tabela do IR de acordo com os índices de inflação ainda este ano para a medida entrar em vigor em 2023. Em sua campanha, Lula prometeu isentar trabalhadores que ganhem até R$ 5 mil.
O objetivo do presidente eleito é fazer uma tabela mais justa, melhorando com isso o poder de compra dos trabalhadores. Isso significa aumentar as faixas de desconto conforme os índices inflacionários para que os reajustes salariais não sejam impactados pelo imposto da forma injusta como é atualmente, que pode impactar até os trabalhadores que ganham um salário mínimo e meio no ano que vem, se a tabela não for corrigida.
Atualmente, apenas quem ganha até R$ 1.903,98 é isento e não paga imposto de renda. A tabela é gradativa e tem alíquotas que vão de 7,5% a 27,5%. O percentual mais alto vale para quem ganha mais de R$ 4.664,68 e também para quem ganha R$ 50 mil.
Para valer a partir de 2023, deputados e senadores precisam aprovar a correção da tabela do IR ainda este ano, ou seja, até meados de dezembro, quando o Congresso entra em recesso.
De acordo com aliados do novo governo, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), liberou a votação da correção ainda neste ano, falta apenas definir detalhes com o PT.
“Estamos analisando todos os projetos que sejam de interesse do governo”, disse nesta quinta-feira (3) a CNN o líder do PT Reginaldo Lopes (PT-MG), sobre a proposta de correção da tabela. Os detalhes começam a ser discutidos em reuniões da equipe de transição.
Isenção do Imposto de Renda, Auxílio Brasil e mais
Também estão sendo discutidas a acomodação do Auxílio Brasil de R$ 600 e a recomposição do orçamento de outros programs. É o caso do Farmácia Popular e da Merenda Escolar, reduzidos por Bolsonaro. Além disso, busca-se alternativas para o pagamento do piso salarial nacional dos trabalhadores da Enfermagem.
A equipe de Lula estima necessidade de remanejamento orçamentário de cerca de R$ 200 bilhões na proposta para o ano que vem. E que em torno de R$ 60 bilhões e R$ 100 bilhões ficaria fora do teto de gastos – que Lula pretende revogar.
Um instrumento dos trabalhadores na defesa dos seus direitos. Ele apresenta as principais garantias previstas na legislação e nas convenções e acordos coletivos de trabalho assinadas pelo Sindicato.