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Uma grande vitória da classe trabalhadora, assim foi definida, a decisão do governo Lula (PT) em mudar a regra de uma portaria (nº 671), assinada em 2021 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que havia dado permissão para que o trabalhador do comércio cumprisse seu expediente também nos feriados apenas com a inclusão de uma cláusula no contrato, desde que fosse respeitada a jornada instituída na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Com a nova portaria (nº 3.665), publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), assinada pelo ministro Luiz Marinho, na última segunda-feira (13), os trabalhadores e trabalhadoras do setor só devem trabalhar em dias de feriado a partir de uma decisão na Convenção Coletiva de Trabalho. Ou seja, será por decisão da maioria dos trabalhadores, o que dá mais força aos sindicatos na hora da negociação com os patrões.

É preciso esclarecer que o comércio continua com permissão de abrir nos feriados, mas os patrões terão de pagar aos seus funcionários pelo horário de expediente exercido.

A portaria do MTE não muda o trabalho aos domingos, que continuará a ser exercido de acordo com a lei. Hoje o homem pode trabalhar dois domingos e folgar um, já mulher trabalha um e folga o seguinte.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), filiada a CUT, Julimar Rodrigues, a portaria do MTE é uma vitória para todos os 10 milhões de trabalhadores e trabalhadoras formais do comércio no Brasil, que sofriam com a precarização e a exploração do trabalho em feriados sem a devida contrapartida.

“Essa portaria fortalece bastante as convenções coletivas, que são o instrumento mais adequado para garantir os direitos e os benefícios dos trabalhadores do comércio”, afirmou.

O dirigente, no entanto, alerta para o “terrorismo” que parte dos empresários e dos políticos estão fazendo, ao afirmarem que o comércio vai fechar vagas, prejudicando os trabalhadores.

Embora seja o comércio o setor que mais emprega no país, desde que o trabalho aos domingos se tornou obrigatório não houve um número expressivo de abertura de vagas, segundo o presidente da Contracs, apesar da queda no nível do desemprego.

“Abrir aos domingos e feriados não gera nenhum emprego, nem gera nenhum desemprego. A única coisa que altera é que o sindicato pode negociar um benefício maior para o trabalhador. Então, o que ele tem além de um outro dia de folga é uma remuneração, um benefício por você estar trabalhando esse dia. É isso”, diz Julimar.

Dizer que gera desemprego é aquele tipo de argumento que a gente costuma ver como aconteceu no caso da reforma Trabalhista de que geraria emprego, mas é só para diminuir o benefício que o trabalhador tem. É só para precarizar ainda mais o trabalho
- Julimar Rodrigues

Ele cita ainda a vantagem que o trabalhador terá com a negociação via sindicato que pode ser, além da folga, uma remuneração extra.

“A portaria do Bolsonaro autorizava a troca da folga do feriado por outro dia, se a empresa quisesse. Agora vai ter de pagar pelo dia trabalhado. Pode ser em dobro, um percentual de hora extra, mas terá de pagar”, diz.

Recomendação aos sindicatos dos trabalhadores

O presidente da Contracs recomenda que os sindicatos dos trabalhadores enviem aos sindicatos patronais essa notificação e façam aditivos nos acordos coletivos para ajustar a questão dos feriados de agora para frente. Segundo Julimar pode ser além da folga, o pagamento de hora extra com 50% a mais sobre esse dia ou mesmo um valor fixo.

“É compreensível que para os feriados muito próximos ainda não deu tempo de regularizar a situação dos trabalhadores, mas para os demais tem de prevalecer a nova portaria”, explica.

Leia aqui a íntegra da portaria nº 3.665, do Ministério do Trabalho e Emprego.

Escrito por: Rosely Rocha (Portal CUT Brasil)

Na manhã desta quinta-feira (9) representantes das centrais sindicais, federações e sindicatos de trabalhadores participaram da Assembleia Geral do DIEESE-SC e definiram a pauta de reajuste para 2024 do Piso Salarial Estadual que será apresentada aos empresários.  A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, e o Secretário Geral da central, Rogério Manoel Côrrea, participaram do encontro.


O coordenador sindical do DIEESE-SC, Ivo Castanheira, iniciou a reunião reforçando a importância da negociação do Piso Salarial Estadual “Todo mundo que participa das negociações das convenções coletivas de trabalho sabe da importância do Piso Salarial Estadual porque é que ele garante que as categorias de trabalhadores amparadas pelo piso não terão reajustes abaixo do valor que negociarmos”.

Castanheira apresentou a proposta da pauta de reajuste para 2024 e defendeu que precisa ser uma reinvindicação que reflita a realidade de Santa Catarina, considerando a melhora no cenário do país para os trabalhadores “Os seis anos em que Temer e Bolsonaro estiveram na presidência do país foram muito difíceis de negociar o reajuste do piso porque nacionalmente o salário mínimo não teve ganho real. Agora, com o governo Lula, o cenário já está melhor porque voltou a política de valorização do salário mínimo e isso deve refletir também na negociação do reajuste do Piso Salarial Estadual”. A pauta foi aprovada por unanimidade e agora será agendada uma data para fazer a entrega das reinvindicações na FIESC.

Após o debate sobre o piso, teve início a Assembleia Geral do DIEESE-SC, quando aconteceu a apresentação do balanço da atuação do Departamento de 2021 a 2023, o planejamento para os próximos três anos e os desafios para o movimento sindical e para o DIEESE nos próximos dez anos.

Também foi realizada a eleição de 1/3 da diretoria estadual do Departamento e do coordenador para o próximo período. Na coordenação sindical permaneceu o diretor da FECESC, Ivo Castanheira. Os diretores Moacir José Effting, da FETIGESC, e Carlos Magno da Silva Bernardo, da FETEESC, foram reconduzidos para compor a direção.

Em outubro de 2023, o valor do conjunto dos alimentos que compõem a cesta básica ficou menor em 12 das 17 capitais em que o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza a sua Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (7).

As quedas mais significativas foram apuradas em m Natal (-2,82%), Recife (-2,30%) e Brasília (-2,18%). As maiores altas foram registradas em Fortaleza (1,32%), Campo Grande (1,08%), Goiânia (0,81%), São Paulo (0,46%) e Rio de Janeiro (0,17%).

Na comparação com o mês de outubro do ano passado (2022), a maior queda foi apurada em Brasília (-7,34%), seguida de Campo Grande (-6,91%) e Goiânia (-5,88%).

Já no acumulado dos 10 meses de 2023, o custo da cesta básica diminuiu em 16 municípios, com taxas entre -11,12%, em Brasília, e -0,38%, em Natal. A alta foi registrada em Aracaju (0,17%).

Cesta X Salário

Com base no valor da cesta mais cara do país, que em outubro foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família (quatro pessoas) com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima que o valor do salário mínimo deveria ser de R$ 6.210,11, ou seja, 4,6 vezes o valor do atual mínimo (R$ 1.320,00).

Em setembro, o valor necessário era de R$ 6.280,93 e correspondeu a 4,76 vezes o valor do salário. Já no ano passado, também no mês de outubro, o mínimo necessário era de R$ 6.458,86, ou seja, 5,33 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.212,00.

Em relação ao salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o valor da Cesta Básica corresponde hoje a 60,45% da renda. Em setembro, o percentual era de 60,18%. Em outubro de 2022, o percentual era de 67,99% da renda líquida.

Os dados revelam que ainda de que de forma tímida, o poder de compra do trabalhador vem se recuperando ao longo dos últimos meses.

Cesta X tempo de trabalho

A pesquisa do Dieese levantou que o tempo médio mensal necessário de trabalho para atingir o valor da cesta básica foi de 107 horas e 17 minutos, tempo menor que as 108 horas e dois minutos em setembro deste ano. Em 2022, o trabalhador precisa completar uma jornada de 119 horas e 37 minutos para alcançar o valor da cesta.

Preços dos alimentos

A seguir, os principais destaques da pesquisa em relação aos preços de produtos que apresentaram variações na cesta básica:

- Leite integral: preço ficou mais barato em 15 capitais, com quedas de 6,9 % a (Curitiba-PR) a 0,51% (Porto Alegre-RS)

- Feijão carioquinha: preço diminuiu em todas as cidades pesquisadas, com variações entre 9,46% (Belém-PA) e 1,35% (João Pessoa-PB).

- Feijão preto: esta variedade apresentou elevação de 0,46% em Curitiba-PR a 3,53% em Vitória-ES

- Tomate: preço do quilo caiu em 12 capitais com variações de 19,5% (Natal-RN) a 2,71% (Porto Alegre-RS)

- Batata: elevação em todas as capitais. A maior delas, 30,7% foi apurada em campo Grande-MS. Porém, em 12 meses, houve queda em todas as cidades, com média de 15,6% de redução

- Arroz agulhinha: produto mais caro em todas as capitais, em outubro. As altas mais importantes ocorreram em Florianópolis-SC (9,25%), Brasília-DF (7,35%) e no Rio de Janeiro-RJ (6,72%)

- Pão francês: preço do quilo aumentou em 13 capitais, a maior delas em João Pessoa-PB (2,74%). A maior redução de preços, entre setembro e outubro, ocorreu em Porto Alegre (-2,03%).

- Açúcar: elevação em 11 cidades. O quilo do produto subiu entre 0,54% (Brasília-DF) e 5,41% (Belho Horizonte-MG)

A pesquisa

A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) é um levantamento contínuo dos preços de um conjunto de produtos alimentícios considerados essenciais. A PNCBA foi implantada em São Paulo em 1959, a partir dos preços coletados para o cálculo do Índice de Custo de Vida (ICV) e, ao longo dos anos, foi ampliada para outras capitais. Hoje, é realizada em 17 Unidades da Federação e permite a comparação de custos dos principais alimentos básicos consumidos pelos brasileiros.

Os itens básicos pesquisados foram definidos pelo Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, que regulamentou o salário mínimo no Brasil e está vigente até os dias atuais. O Decreto determinou que a cesta de alimentos fosse composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta. Os bens e quantidades estipuladas foram diferenciados por região, de acordo com os hábitos alimentares locais.

O banco de dados da PNCBA apresenta os preços médios, o valor do conjunto dos produtos e a jornada de trabalho que um trabalhador precisa cumprir, em todas as capitais, para adquirir a cesta. Os dados permitem a todos os segmentos da sociedade conhecer, estudar e refletir sobre o valor da alimentação básica no país.

O livro que "A Nova Ordem Luiz Gushiken’", da Fundação Perseu Abramo e que conta a trajetória de Gushiken pelos olhos e memórias daqueles que conviveram com ele, será lançado em Florianópolis nesta quarta-feira (8), às 19h, no auditório da FECESC.
 
O volume reúne textos de 67 autores, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambas lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), que descrevem a convivência com o mestre samurai que deixou uma marca indelével na história do Brasil. E conta também com uma coletânea de imagens selecionadas por Esdras Martins, fotógrafo que registrou inúmeras lutas da classe trabalhadora em São Paulo.
 
A obra foi organizado pela jornalista e ex-assessora de Luiz Gushiken, Fernanda Otero, que atualmente vive na Irlanda e onde coordena o Núcleo do PT no país.
 
Luiz Gushiken foi presidente do Sindicato dos Bancários do estado de São Paulo e coordenou em 1985, uma das maiores greves da categoria registradas até hoje. Ele presidiu o PT e coordenou a campanha do presidente Lula em 1989. Gushiken também esteve entre os coordenadores da vitoriosa campanha de Luis Inácio Lula da Silva à presidência em 2002. Depois, assumiu o cargo de Ministro Chefe da Secom. Faleceu aos 63 anos em 2013, no dia 13 de setembro.

Para combater a exploração e lutar coletivamente por direitos e proteção social, na noite de terça-feira (31/10), foi realizada a assembleia geral de fundação do Sindicato dos Motoristas por Aplicativos de Santa Catarina (SIMASC), na sede da Federação dois Trabalhadores no Comércio de Santa Catarina (FECESC). Na assembleia também foi eleita a nova direção e aprovada a filiação à CUT. A motorista de aplicativo Jussandra Dutra, mais conhecida como Branka, foi eleita presidenta do sindicato.

Branka já é motorista há sete anos e durante este tempo sempre participou e esteve à frente das mobilizações e paralisações feitas pela categoria para lutar por melhorias. Ela explica como surgiu a vontade de fundar um sindicato "Decidimos fundar o sindicato após muitas decepções com os aplicativos, principalmente pela precarização dos ganhos, sem aumento real desde o início, agindo de forma abusiva na exclusão e com falta de transparência nas suas regras. Através de um grupo de motoristas nos reunimos com o propósito de defender nossos direitos, melhores condições de trabalho, revisão dos ganhos aplicados e conscientização para jornadas mais seguras e saudáveis para a nossa categoria. Só lutando coletivamente é que vamos ser reconhecidos enquanto classe e ter voz".

Em maio deste ano alguns motoristas de aplicativos entraram em contato com a CUT-SC pedindo ajuda para formar um sindicato e durante estes meses diversas reuniões foram feitas para orientar como eles deveriam se organizar para fundar a entidade “Esses trabalhadores estão desemparados porque os aplicativos – como Uber e 99 – não dão qualquer tipo de direito ou benefício para eles. Por isso, por todo o país muitos trabalhadores estão se organizando em sindicatos justamente para lutar por melhores condições de trabalho e renda de forma coletiva, o que dá mais peso à luta”, explica o Secretário Geral da CUT-SC, Rogerio Manoel Côrrea.

A luta por direitos e pela regulamentação dos trabalhadores de aplicativos tem sido umas das pautas prioritárias da CUT nos últimos tempos, inclusive, durante o 14º Congresso Nacional da CUT foi criada a Secretaria Nacional de Transportes e Logística, que terá como prioridade a defesa dos trabalhadores de aplicativos. A presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues, reforça a importância da criação deste sindicato “Há tempos a CUT está discutindo a urgência em lutar por direitos para estes trabalhadores, que estão na informalidade total, com jornadas exaustivas e sendo cada vez mais explorados pelos aplicativos. É muito importante que os trabalhadores se organizem para lutar por uma regulamentação que garanta direitos e que exija que estas plataformas deem um mínimo de assistência para os motoristas”.

Dados da categoria

Somente os entregadores e motoristas que trabalham em plataformas e aplicativos digitais de serviços no Brasil eram em 2022, cerca de 1,5 milhão, o que representa 1,7% da população ocupada no setor privado. Eles ganham, em média, dois salários mínimos e têm jornadas acima de 40 horas semanais, segundo o inédito módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado hoje pelo IBGE.

Do total de trabalhadores que prestavam serviços nas plataformas digitais, ainda segundo a pesquisa, 47,2% (704 mil motoristas) atuam por meio de aplicativos de transporte de passageiros (exceto táxi), seguido de entrega de comida e produtos (39,5% ou 589 mil).

Confira a direção completa do SIMASC:

Presidente: Jussandra Dutra 

Vice: Wesley Bratifich 

Secretário Geral: Leonardo Imoré 

Tesouraria Geral: Tamiris Paiva Cardoso

Diretoria de Relações Políticas e Organização Sindical: Eduardo Teixeira

Diretoria de Comunicação e Marketing: Julia Monteiro

Diretora de Parcerias e Ações Sociais: Ana Paula dos Santos 

Conselho Fiscal:

1. Jayson Freitas

2. Ridan Arias

3. Miguel Musskopf

DELEGADOS:

1. Eduardo Teixeira

2. Rafael Baracy

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (25) o projeto de lei que tributa os fundos exclusivos usados por super-ricos e de offshores (empresas de pessoas físicas sediadas no exterior). Foram 323 votos a favor e 119 contrários. O texto agora segue para análise no Senado.

A taxação dos super-ricos e dos offshores também foi uma luta da CUT para que haja mais justiça fiscal e social. Hoje no Brasil, é possível arrecadar cerca de R$ 300 bilhões ao ano tributando apenas 0,3% mais ricos da população, o que representa apenas 600 mil pessoas entre os 215 milhões de brasileiros, segundo dados do Instituto Justiça Fiscal (IJF). Dinheiro que poderia ser investido em obras essenciais, na saúde e na educação, entre outros setores

Em entrevista recente ao Portal CUT, o secretário de Administração e Finanças da CUT, disse que “a taxação dos super-ricos é necessária para que se possa alcançar uma reforma que busque diminuir as desigualdades que temos na tributação. Hoje ela é basicamente sobre o consumo. É preciso taxar quem vive de renda, de grandes cotas de ações e não apenas fazer uma reforma que simplifique os impostos sobre o consumo como foi o primeiro projeto de Haddad [ministro da Fazenda] a ser aprovado”.

Fundos exclusivos dos super ricos

Os fundos exclusivos de super-ricos têm aplicação mínima de entrada de R$ 10 milhões e taxa de manutenção de R$ 150 mil por ano. Hoje, apenas 2,5 mil brasileiros aplicam nesses fundos, que acumulam patrimônio de R$ 756,8 bilhões e respondem por 12,3% da indústria de fundos no país.

Atualmente, os fundos exclusivos pagam Imposto de Renda (IR), mas apenas no momento do resgate e com tabela regressiva, quanto mais tempo de aplicação, menor o imposto. O governo quer igualar os fundos exclusivos aos demais fundos de investimento, com cobrança semestral de IR conhecida como come-cotas. Além disso, quem antecipar o pagamento do imposto pagará alíquotas mais baixas.

Segundo o Banco Central (BC), se incluir na conta dos fundos o  sistema offshore (legal, mas injusto do ponto de vista tributário brasileiro, onde os ricos não pagam impostos sobre lucros e dividendos), os milionários brasileiros têm no exterior R$ 1 trilhão de reais investidos.

A taxação dos offshores poderia gerar a arrecadação total de R$ 20 bilhões. Porém, mudanças realizadas na Câmara devem reduzir a previsão inicial de arrecadação.

Ariovaldo de Camargo, também já afirmou que a CUT é favorável a tributação do dinheiro em offshore. “Estamos falando de um volume muito grande dinheiro. Não é uma aplicação qualquer, uma poupança do trabalhador. São fortunas produzidas aqui que poderiam ser investidas na melhoria da saúde, da educação, em infraestrutura que gera emprego e renda, e nas demais políticas públicas que municípios, estados e a União promovem”.

A medida é considerada uma parte importante do pacote do Ministério da Fazenda, chefiado pelo ministro Fernando Haddad (PT), com o objetivo de zerar o déficit das contas públicas em 2024 e aumentar a arrecadação do governo.

A proposta aprovada

O texto aprovado estabelece que os lucros obtidos com recursos em offshores serão tributados em 15% sobre os ganhos, uma vez ao ano. Fundos exclusivos também serão taxados em 15%, semestralmente. Hoje, o tributo é recolhido somente no resgate das cotas ou na liquidação do fundo. A proposta original do governo previa uma taxação de 22,5%.

Além disso, a alíquota a ser paga pelos detentores dos fundos, tanto no Brasil quanto no exterior, passará de 6% para 8% na atualização dos ganhos acumulados até agora.

O relator, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), também realizou uma alteração na proposta original que modifica a quantidade de cotistas em Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro).

O novo texto estabelece a redução de 300 para 100 o número de cotistas em cada fundo, sendo que apenas 30% podem ter parentesco de até segundo grau. Atualmente, o número mínimo de cotistas é de 50, e o governo havia proposto que subisse para 500. Segundo o governo, essa medida evitaria que membros da mesma família formem um fundo para escapar de impostos. Por se tratar de uma alteração na legislação do IR, o projeto de lei deverá ser aprovado nas duas casas legislativas e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda este ano para começar a vigorar em 2024.

Confira o projeto da câmara

Fundos exclusivos

  • Instrumento: originalmente era medida provisória, mas texto foi incorporado a projeto de lei;
  • Como é: tributação apenas no momento do resgate do investimento;
  • Tributação: alíquota de 15% (fundos de longo prazo) ou de 20% (fundos de curto prazo, de até um ano) de Imposto de Renda sobre os rendimentos uma vez a cada semestre por meio do mecanismo chamado “come-cotas” a partir do ano que vem. Fundos com maiores prazos de aplicação têm alíquotas mais baixas por causa da tabela regressiva de Imposto de Renda;
  • Atualização antecipada: quem optar por começar a pagar o come-cotas em 2023 pagará 8% sobre o estoque dos rendimentos (tudo o que rendeu até 2023). O governo propôs dois modelos de pagamento

– 8% para quem parcelar em quatro vezes, com a primeira prestação a partir de dezembro. Na medida provisória, o governo tinha proposto alíquota de 10% nessa situação;

– 15% para quem parcelar em 24 vezes (dois anos), com primeira prestação a partir de maio de 2024.

Offshore e trusts

  • Instrumento: projeto de lei;
  • Como é: recursos investidos em offshores, empresas no exterior que abrigam fundos de investimentos, só pagam 15% de Imposto de Renda sobre ganho de capital se voltarem ao Brasil;
  • Tributação: 15% de cobrança anual de rendimentos a partir de 2024, mesmo se dinheiro ficar no exterior. Governo tinha proposto alíquotas progressivas de 0% a 22,5%, conforme os rendimentos anuais
  • Apuração: lucros das offshoresserão apurados até 31 de dezembro de cada ano
  • Forma de cobrança: tributação dos trusts, relação jurídica em que dono do patrimônio transfere bens para terceiros administrarem.
  • Como funcionam os trusts: atualmente, legislação brasileira não trata dessa modalidade de investimento, usada para reduzir o pagamento de tributos por meio de elisão fiscal (brechas na legislação) e facilitar distribuição de heranças em vida;
  • Atualização antecipada: quem optar por atualizar o valor do estoque dos rendimentos (tudo o que rendeu até 2023) pagará menos. Nesse caso, a adesão é voluntária. O governo propôs dois modelos de pagamento

– 8% para quem parcelar em quatro vezes, com a primeira prestação a partir de dezembro. Na medida provisória, o governo tinha proposto alíquota de 10% nessa situação;

– 15% para quem parcelar em 24 vezes (dois anos), com primeira prestação a partir de maio de 2024.

  • Variação cambial: lucro com alta do dólar não será tributado em duas situações

– variação cambial de depósitos em conta corrente ou em cartão de crédito ou débito no exterior, desde que os depósitos não sejam remunerados;

– variação cambial de moeda estrangeira para vendas de moeda de até US$ 5 mil por ano.

Fiagro e fundos de investimentos imobiliários

  • Definição: Fiagros são fundos de investimento em cadeias agroindustriais, fundos de investimentos imobiliários são fundos que aplicam em imóveis
  • Como é: fundos com pelo menos 50 cotistas e com cotas negociadas na bolsa de valores ou em mercados de balcão de derivativos têm isenção de Imposto de Renda
  • O que muda: para obter isenção de IR, número mínimo de cotistas sobe para 100, com limite de cotas entre familiares a 30% do patrimônio líquido total, incluindo parentes até o segundo grau. Receita Federal tinha proposto 500 cotistas, depois reduziu proposta para 300
  • Impacto: segundo relator, de 70 fundos do tipo, apenas quatro perderiam a isenção do IR

Com informações do Brasil de Fato e Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (25) o projeto de lei que tributa os fundos exclusivos usados por super-ricos e de offshores (empresas de pessoas físicas sediadas no exterior). Foram 323 votos a favor e 119 contrários. O texto agora segue para análise no Senado.

A taxação dos super-ricos e dos offshores também foi uma luta da CUT para que haja mais justiça fiscal e social. Hoje no Brasil, é possível arrecadar cerca de R$ 300 bilhões ao ano tributando apenas 0,3% mais ricos da população, o que representa apenas 600 mil pessoas entre os 215 milhões de brasileiros, segundo dados do Instituto Justiça Fiscal (IJF). Dinheiro que poderia ser investido em obras essenciais, na saúde e na educação, entre outros setores

Em entrevista recente ao Portal CUT, o secretário de Administração e Finanças da CUT, disse que “a taxação dos super-ricos é necessária para que se possa alcançar uma reforma que busque diminuir as desigualdades que temos na tributação. Hoje ela é basicamente sobre o consumo. É preciso taxar quem vive de renda, de grandes cotas de ações e não apenas fazer uma reforma que simplifique os impostos sobre o consumo como foi o primeiro projeto de Haddad [ministro da Fazenda] a ser aprovado”.

Fundos exclusivos dos super ricos

Os fundos exclusivos de super-ricos têm aplicação mínima de entrada de R$ 10 milhões e taxa de manutenção de R$ 150 mil por ano. Hoje, apenas 2,5 mil brasileiros aplicam nesses fundos, que acumulam patrimônio de R$ 756,8 bilhões e respondem por 12,3% da indústria de fundos no país.

Atualmente, os fundos exclusivos pagam Imposto de Renda (IR), mas apenas no momento do resgate e com tabela regressiva, quanto mais tempo de aplicação, menor o imposto. O governo quer igualar os fundos exclusivos aos demais fundos de investimento, com cobrança semestral de IR conhecida como come-cotas. Além disso, quem antecipar o pagamento do imposto pagará alíquotas mais baixas.

Segundo o Banco Central (BC), se incluir na conta dos fundos o  sistema offshore (legal, mas injusto do ponto de vista tributário brasileiro, onde os ricos não pagam impostos sobre lucros e dividendos), os milionários brasileiros têm no exterior R$ 1 trilhão de reais investidos.

A taxação dos offshores poderia gerar a arrecadação total de R$ 20 bilhões. Porém, mudanças realizadas na Câmara devem reduzir a previsão inicial de arrecadação.

Ariovaldo de Camargo, também já afirmou que a CUT é favorável a tributação do dinheiro em offshore. “Estamos falando de um volume muito grande dinheiro. Não é uma aplicação qualquer, uma poupança do trabalhador. São fortunas produzidas aqui que poderiam ser investidas na melhoria da saúde, da educação, em infraestrutura que gera emprego e renda, e nas demais políticas públicas que municípios, estados e a União promovem”.

A medida é considerada uma parte importante do pacote do Ministério da Fazenda, chefiado pelo ministro Fernando Haddad (PT), com o objetivo de zerar o déficit das contas públicas em 2024 e aumentar a arrecadação do governo.

A proposta aprovada

O texto aprovado estabelece que os lucros obtidos com recursos em offshores serão tributados em 15% sobre os ganhos, uma vez ao ano. Fundos exclusivos também serão taxados em 15%, semestralmente. Hoje, o tributo é recolhido somente no resgate das cotas ou na liquidação do fundo. A proposta original do governo previa uma taxação de 22,5%.

Além disso, a alíquota a ser paga pelos detentores dos fundos, tanto no Brasil quanto no exterior, passará de 6% para 8% na atualização dos ganhos acumulados até agora.

O relator, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), também realizou uma alteração na proposta original que modifica a quantidade de cotistas em Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro).

O novo texto estabelece a redução de 300 para 100 o número de cotistas em cada fundo, sendo que apenas 30% podem ter parentesco de até segundo grau. Atualmente, o número mínimo de cotistas é de 50, e o governo havia proposto que subisse para 500. Segundo o governo, essa medida evitaria que membros da mesma família formem um fundo para escapar de impostos. Por se tratar de uma alteração na legislação do IR, o projeto de lei deverá ser aprovado nas duas casas legislativas e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda este ano para começar a vigorar em 2024.

Confira o projeto da câmara

Fundos exclusivos

  • Instrumento: originalmente era medida provisória, mas texto foi incorporado a projeto de lei;
  • Como é: tributação apenas no momento do resgate do investimento;
  • Tributação: alíquota de 15% (fundos de longo prazo) ou de 20% (fundos de curto prazo, de até um ano) de Imposto de Renda sobre os rendimentos uma vez a cada semestre por meio do mecanismo chamado “come-cotas” a partir do ano que vem. Fundos com maiores prazos de aplicação têm alíquotas mais baixas por causa da tabela regressiva de Imposto de Renda;
  • Atualização antecipada: quem optar por começar a pagar o come-cotas em 2023 pagará 8% sobre o estoque dos rendimentos (tudo o que rendeu até 2023). O governo propôs dois modelos de pagamento

– 8% para quem parcelar em quatro vezes, com a primeira prestação a partir de dezembro. Na medida provisória, o governo tinha proposto alíquota de 10% nessa situação;

– 15% para quem parcelar em 24 vezes (dois anos), com primeira prestação a partir de maio de 2024.

Offshore e trusts

  • Instrumento: projeto de lei;
  • Como é: recursos investidos em offshores, empresas no exterior que abrigam fundos de investimentos, só pagam 15% de Imposto de Renda sobre ganho de capital se voltarem ao Brasil;
  • Tributação: 15% de cobrança anual de rendimentos a partir de 2024, mesmo se dinheiro ficar no exterior. Governo tinha proposto alíquotas progressivas de 0% a 22,5%, conforme os rendimentos anuais
  • Apuração: lucros das offshoresserão apurados até 31 de dezembro de cada ano
  • Forma de cobrança: tributação dos trusts, relação jurídica em que dono do patrimônio transfere bens para terceiros administrarem.
  • Como funcionam os trusts: atualmente, legislação brasileira não trata dessa modalidade de investimento, usada para reduzir o pagamento de tributos por meio de elisão fiscal (brechas na legislação) e facilitar distribuição de heranças em vida;
  • Atualização antecipada: quem optar por atualizar o valor do estoque dos rendimentos (tudo o que rendeu até 2023) pagará menos. Nesse caso, a adesão é voluntária. O governo propôs dois modelos de pagamento

– 8% para quem parcelar em quatro vezes, com a primeira prestação a partir de dezembro. Na medida provisória, o governo tinha proposto alíquota de 10% nessa situação;

– 15% para quem parcelar em 24 vezes (dois anos), com primeira prestação a partir de maio de 2024.

  • Variação cambial: lucro com alta do dólar não será tributado em duas situações

– variação cambial de depósitos em conta corrente ou em cartão de crédito ou débito no exterior, desde que os depósitos não sejam remunerados;

– variação cambial de moeda estrangeira para vendas de moeda de até US$ 5 mil por ano.

Fiagro e fundos de investimentos imobiliários

  • Definição: Fiagros são fundos de investimento em cadeias agroindustriais, fundos de investimentos imobiliários são fundos que aplicam em imóveis
  • Como é: fundos com pelo menos 50 cotistas e com cotas negociadas na bolsa de valores ou em mercados de balcão de derivativos têm isenção de Imposto de Renda
  • O que muda: para obter isenção de IR, número mínimo de cotistas sobe para 100, com limite de cotas entre familiares a 30% do patrimônio líquido total, incluindo parentes até o segundo grau. Receita Federal tinha proposto 500 cotistas, depois reduziu proposta para 300
  • Impacto: segundo relator, de 70 fundos do tipo, apenas quatro perderiam a isenção do IR

Com informações do Brasil de Fato e Agência Brasil

Para ajudar os milhares de catarinenses que foram atingidos pelas enchentes que afetaram o estado nas últimas semana, a CUT Santa Catarina lançou nesta quarta-feira (18) uma campanha de solidariedade para coletar doações.

Segundo informações da Secretaria Estadual de Assistência Social, Mulher e Família, ao todo são 26.509 desabrigados em Santa Catarina e 133 municípios em situação de emergência. Além disso, duas prefeituras declararam Estado de Calamidade Pública, são elas: Taió e Rio do Sul.

“São trabalhadores e trabalhadoras que de um dia para o outro perderam tudo que conquistaram ao longo da vida. Por isso, é muito importante que sejamos solidários para ajudarmos esses catarinenses a se reerguerem”, afirmou a presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues.

Pontos de coleta de doações

Estão sendo coletados alimentos não perecíveis, cestas básicas, roupas de cama, materiais de higiene e limpeza. As doações podem ser entregues em três locais:

- Na sede da CUT-SC, em Florianópolis (Rua Visconde de Ouro Preto, 413, Centro)

- Na sede do Sintraseb, em Blumenau (Rua Amazonas, 720 – Garcia)

- Na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville (Rua Rio das Antas, 370, Comasa)

Doação em dinheiro

Doações em dinheiro que podem ser feitas por transferência para a chave pix Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A recente greve que parou a cidade de São Paulo dos trabalhadores e trabalhadoras do Metrô, CPTM e Sabesp, foi ameaçada pela Justiça, que determinou multas milionárias por dia de paralisação. Foi uma demonstração, mais uma vez, que esse direito que consta no artigo 9º da Constituição brasileira e regulamentado pela Lei 7.783/1989, está cada vez mais sendo atacado.

O secretário de Assuntos Jurídicos da CUT Nacional, Valeir Ertle, critica a interferência indevida por parte do Judiciário que impõe condições absurdas para os sindicatos se valerem deste instrumento, apesar de a lei permitir que greves sejam realizadas como pressão para manter ou obter mais direitos.

“A Justiça tem imposto a obrigação para que a maior parte dos trabalhadores de uma empresa, ou de um órgão público, esteja trabalhando. Uma greve em que 80% dos funcionários sejam obrigados a trabalhar nunca fará o patrão sentar à mesa de negociação”, diz Valeir. A manutenção deste contigente de trabalhadores em serviço foi determinação da Justiça durante a paralisação de 24 horas dos metroviários de São Paulo.

“A greve é o último instrumento que o trabalhador tem para melhorar sua condição financeira e obter ou manter mais direitos, quando não se chega a um acordo nas negociações. Ninguém decreta greve sem antes negociar”, acrescenta Valeir.

Manter os direitos, aliás, foi o principal motivo de 81% das 1.067 greves realizadas no ano passado, segundo uma pesquisa do Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).  

O estudo mostrou ainda que mais da metade das greves (51%) referia-se à denúncia de descumprimento de direitos. Greves com itens contra a degradação de condições vigentes, mesmo não sendo maioria, também tiveram participação importante (46%).

Questões salariais como reajuste (42%) e pagamento do piso (27%) foram as mais frequentes. Itens relacionados à alimentação (tíquetes, cestas básicas) e ao pagamento de vencimentos em atraso (salários, 13º, férias) vieram em seguida, com a mesma participação (20%).

Leia a íntegra do balanço de 2022 aqui.

No primeiro semestre deste ano as reivindicações não foram diferentes. O balanço do Dieese para o período mostra que das 558 greves, 80% tiveram caráter defensivo e a maior parte (55%) referia-se à denúncia de descumprimento de direitos.

Questões salariais, como reajuste (42%) e pagamento do piso (33%), foram as mais frequentes. Itens relacionados às condições de trabalho (22%) e ao pagamento de salários em atraso (20%) vieram em seguida.

Greves resultaram em abertura de negociações

Em 2023, em 173 registros de greves (31% do total), há informações a respeito dos meios adotados para a resolução dos conflitos. Na maior parte dos casos (81%) houve abertura de negociações – diretas ou mediadas. Em 41% das greves houve algum tipo de envolvimento do poder Judiciário.

Leia aqui o balanço deste ano.

Reforma Trabalhista dificultou negociações

Valeir diz que os retrocessos vistos nos últimos anos em relação aos direitos do trabalhador tiveram início na reforma Trabalhista, em 2017, no governo de Michel Temer (MDB-SP).

Entre eles, a ultratividade que garantia que enquanto um novo acordo era negociado valiam as cláusulas com conquistas relacionadas as condições de trabalho, reajustes salariais, piso salarial, jornada de trabalho, vale-refeição, vale-transporte e plano de saúde, entre outros benefícios. No entanto, a partir da reforma os acordos coletivos de trabalho perdem a validade após 24 meses e os direitos conquistados podem ser cancelados até um novo acordo ser assinado.

Para o dirigente CUTista o fim da ultratividade fez os sindicatos iniciarem negociações com os empresários já com a “faca no pescoço”, a fim de garantirem cláusulas que já estavam anteriormente definidas em Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs).

“Direitos foram usurpados sem que as empresas colocassem nada de bom no lugar. Os Correios são um exemplo disso. Só com negociação no TST [Tribunal Superior do Trabalho] foi possível manter algumas cláusulas, mas somente agora no governo Lula é que a categoria conseguiu uma negociação satisfatória e o acordo foi assinado.

Leia mais: Trabalhadores dos Correios aceitam proposta da empresa e encerram negociação do ACT

Outro ponto levantado por Valeir é a tentativa de setores da mídia em jogar a população contra os grevistas, os colocando como vilões, principalmente os que trabalham em setores essenciais, como foi o caso do transporte em São Paulo.

“A mídia burguesa sempre coloca a greve como um mal, mas os trabalhadores também estão lutando a favor da população. No caso dos trens e metrô em São Paulo, eles estavam lutando para manter os serviços estatais porque sabem que no caso de privatização a população pagará mais caro pelas tarifas e com atendimento ruim. Infelizmente, a mídia não é nada republicana e joga a população contra quem a defende”, afirma Valeir.

A greve é um direito consagrado na Constituição. Zelar por ela é importante para garantir uma relação menos tendenciosa em favor do patrão
- Valeir Ertle

Em setembro de 2023, o valor do conjunto dos alimentos básicos caiu em 14 das 17 capitais onde Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (5).

Os produtos que tiveram maior queda de preços foram: a batata que diminuiu em nove das 10 cidades do Centro-Sul, onde o produto é pesquisado. Houve queda do valor médio do quilo da carne bovina de primeira em 15 capitais. Os preços médios do leite integral e da manteiga diminuíram em 14 capitais, entre agosto e setembro. Entre agosto e setembro, o valor do quilo do feijão carioquinha caiu em todas as cidades onde é pesquisado. O preço do café em pó diminuiu em 13 das 17 capitais.

Subiram de preço o feijão preto e o arroz agulhinha.

A variação do preço da batata

Entre agosto e setembro, as maiores quedas foram registradas em Brasília (-26,01%), Porto Alegre (-19,93%) e Belo Horizonte (-19,17%). A alta ocorreu em Vitória (5,26%).

Em 12 meses, todas as cidades tiveram baixas nos preços. Os índices oscilaram entre -24,29%, em Belo Horizonte, e -1,76%, em Goiânia. A maior oferta da safra de inverno reduziu os valores no varejo.

Carne bovina

Houve queda do valor médio do quilo da carne bovina de primeira em 15 das 17 cidades pesquisadas, com variações entre -5,88%, em Brasília, e -0,93%, no Rio de Janeiro. As elevações foram registradas em Natal (3,30%) e Vitória (2,90%).

Em 12 meses, todas as capitais tiveram diminuição do preço médio, com destaque para Brasília (-15,06%), Goiânia (-14,64%) e São Paulo (-14,45%).

A China vem pagando menos pela carne brasileira, o que tem pressionado para baixo os preços domésticos. Internamente, a demanda seguiu enfraquecida devido aos altos preços praticados.

Leite integral e manteiga

Os preços médios do leite integral e da manteiga diminuíram em 14 capitais, entre agosto e setembro. Para o leite integral, as quedas oscilaram entre -4,78%, em Florianópolis, e -0,14%, em Belém. A maior alta ocorreu em Vitória (2,78%).

Em 12 meses, os preços caíram em todas as cidades, com destaque para Aracaju (-27,25%), Fortaleza (-22,84%) e João Pessoa (-22,06%).

Já para a manteiga, as reduções variaram entre -2,94%, em Aracaju, e -0,08%, em Natal. A maior alta foi registrada em Goiânia (3,61%).

Em 12 meses, 12 capitais tiveram taxas positivas, com destaque para Natal (10,69%) e Recife (7,99%).

O baixo consumo interno e a maior oferta de leite são os fatores que explicam o movimento de queda no varejo.

Feijão carioquinha

Entre agosto e setembro, o valor do quilo do feijão carioquinha caiu em todas as cidades onde é pesquisado (capitais do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo), com variações entre -14,68%, em Belém, e -0,59%, em Natal.

Em 12 meses, o valor médio apresentou queda em todos os municípios acompanhados, com destaque para Belo Horizonte (-27,24%) e Brasília            (-22,69%).

Os grãos colhidos na última safra abasteceram o mercado e a demanda foi menor, o que resultou em diminuição das cotações médias.

Café em pó

O preço do café em pó diminuiu em 13 das 17 capitais, com taxas que variaram entre -3,49%, em Porto Alegre, e -0,30%, em Curitiba. Os maiores aumentos ocorreram em João Pessoa (2,96%) e Belo Horizonte (1,99%).

Em 12 meses, todas as capitais apresentaram redução no preço médio, com destaque para Brasília (-17,04%) e Goiânia (-16,54%).

A colheita do grão elevou o nível de oferta, o que resultou em queda dos preços no varejo.

Feijão preto e arroz agulhinha subiram de preço

feijão tipo preto, cujo preço é coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, registrou alta em todas as cidades, menos no Rio de Janeiro (-1,67%). As maiores elevações foram observadas em Vitória (2,27%) e Florianópolis (2,18%).

Em 12 meses, os aumentos variaram entre 4,51%, em Vitória, e 15,13%, em Florianópolis.

A alta dos preços ocorreu por causa da menor oferta do grão preto. O mercado foi abastecido por grãos importados e estoques remanescentes da safra nacional.

O quilo do arroz agulhinha ficou mais caro em 15 capitais, em setembro. As altas ficaram entre 0,62%, em Recife, e 7,25%, em Campo Grande. Houve diminuição em Vitória (-0,70%) e Salvador (-0,34%).

Em 12 meses, todas as cidades apresentaram elevação de preços, com destaque para as variações acumuladas em Goiânia (23,08%), Curitiba (21,85%) e Campo Grande (21,60%).

A menor oferta, o maior nível dos preços internacionais e a demanda firme explicaram os aumentos.

Variação média de preços da cesta básica nas capitais

Em 12 meses, todas as cidades tiveram variações negativas, que oscilaram entre -24,29%, em Belo Horizonte, e -1,76%, em Goiânia.

Entre agosto e setembro, as maiores quedas foram registradas em:

Brasília (-26,01%), Porto Alegre (-19,93%) e Belo Horizonte (-19,17%).

A alta ocorreu em Vitória (5,26%).

As quedas mais importantes ocorreram em Brasília (-4,03%), Porto Alegre (-2,48%) e Campo Grande (-2,32%). As elevações foram observadas em Vitória (3,18%), Natal (3,06%) e Florianópolis (0,50%). A capital catarinense foi a cidade onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 747,64), seguida por Porto Alegre (R$ 741,71), São Paulo (R$ 734,77) e Rio de Janeiro (R$ 719,92).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 532,34), João Pessoa (R$ 562,60) e Recife (R$ 570,20).

Comparação em 2023 e nos últimos 12 meses

Nos primeiros nove meses de 2023, o custo da cesta básica diminuiu em 12 cidades, com taxas mais expressivas em Goiânia (-10,46%), Campo Grande (-9,21%) e Brasília (-9,14%).

Os maiores percentuais foram registrados em Natal (2,50%), Aracaju (2,17%) e Recife (0,90%).

A comparação dos valores da cesta, entre setembro de 2022 e setembro de 2023, mostrou que oito capitais tiveram redução do preço médio, com variações que oscilaram entre -4,98%, em Campo Grande, e -0,30%, em Porto Alegre.

As cestas de outras nove cidades apresentaram elevação, com destaque para os percentuais das capitais do Nordeste: Fortaleza (3,16%), Natal (3,00%), Aracaju (2,63%) e Salvador (1,91%).

São Paulo

Em setembro de 2023, o custo da cesta básica da cidade de São Paulo foi o terceiro maior entre as 17 cidades (R$ 734,77), com variação de -1,83% em relação a agosto.

Na comparação com setembro de 2022, a cesta diminuiu -2,13% e, nos primeiros nove meses do ano, caiu -7,14%.

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Manual do trabalhador

Um instrumento dos trabalhadores na defesa dos seus direitos. Ele apresenta as principais garantias previstas na legislação e nas convenções e acordos coletivos de trabalho assinadas pelo Sindicato.

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